As questões relat vas ao abuso de álcool e outras drogas são cons deradas, atualmente, um grave problema de saúde públ ca. Nessa área, o tratamento de adolescentes destaca-se como um dos grandes desafios, dada a alta prevalênc a de uso, que vem ocorrendo cada vez ma s precocemente (Gu marães, God nho, Cruz, Kappann, & Tosta Jun or, 2004; Prata & Santos, 2007;Toscano, 2001), assoc ado a altos índ ces de abandono e ba xo sucesso terapêut co (Kam ner & Szobot, 2004).Cons dera-se que ta s d ficuldades relac onam-se ao fato de o consumo e a c rculação de drogas envolverem, na atual dade, uma mult pl c dade de questões nter-relac onadas, em d ferentes níve s de complex dade. Segundo B rman (1999), essas relações se nscrevem nos reg stros teór co, clín co, soc al, polít co e ét co e const tuem temas de nvest gação relac onados a d ferentes saberes, l gados pela busca de compreensão das amb gü dades da soc edade contemporânea em relação às drogas.Quando o uso de drogas ocorre na adolescênc a, é mpresc ndível reconhecer as vár as operações psíqu cas que se dão nessa fase e que rão confer r característ cas e necess dades pecul ares a esse grupo. Nesse sent do, qualquer programa de tratamento que se dest ne a adolescentes necess ta cr ar d spos t vos sensíve s e capazes de acolhê-los e aux l á-los a enfrentar os desafios nerentes a esse período de ndec são subjet va e de ncerteza soc al (Rass al, 1997). Além d sso, do ponto de v sta clín co, é mpresc ndível a ex stênc a de um plano terapêut co nd v dual que leve em conta a h stór a e a b ografia do suje to (ANVISA, 2001), ass m como a contrbu ção de cada fator de r sco de uma mane ra nd v dual zada, porque não há causas que possam ser tomadas de mane ra unversal (S mões, 2006). Também a famíl a deve ser cons derada como parte essenc al do tratamento, po s os problemas relac onados a ela tendem a encontrar, freqüentemente, expressão no adolescente (Dual b, 2006; S mões, 2006).Ev denc ando a mportânc a de problemat zar os modelos de tratamento ut l zados atualmente para l dar com essas questões, abordaremos neste presente trabalho uma modal dade de atenção mu to d fund da, embora a nda pouco estudada: a comun dade terapêut ca (CT). Essa modal dade de atenção, surg da na Grã-Bretanha na década de 1940, fo n c almente ut l zada para a atenção a pac entes ps qu átr cos RESUMO -O abuso de drogas por adolescentes é, atualmente, um grave problema de saúde públ ca. Nessa área, a questão do tratamento destaca-se como um grande desafio, pr nc palmente pelo fato de a ma or a das ntervenções não estar adaptada às espec fic dades desse públ co. Neste trabalho, serão apresentados os resultados de uma nvest gação que v sou anal sar o tratamento dest nado a adolescentes em uma modal dade de atenção d st nta das abordagens trad c ona s da área da saúde: a comun dade terapêut ca. Buscou-se compreender as concepções e prát cas de atenção da nst tu ção pesqu sada, comparando-as com o prescr to pelas polít cas públ cas do setor. Os métodos ut l zados foram a descr ção etnográfica e a anál se d...