Contaminação das águas subterrâneas por compostos orgânicos na bacia hidrográfica do rio das Velhas, no estado de Minas Gerais, Brasil

Abstract

O objetivo principal deste trabalho foi fazer o levantamento de áreas contaminadas por compostos orgânicos na bacia hidrográfica do rio das Velhas, em Minas Gerais. Utilizou-se dados disponibilizados pela Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM, por meio do Inventário de Áreas Contaminadas e Remediadas de Minas Gerais, referente ao ano de 2019. Os resultados apontaram que as áreas contaminadas e remediadas se concentram na região metropolitana de Belo Horizonte, sendo postos revendedores de combustíveis e afins a principal atividade responsável pela contaminação, e ela ocorre na maioria das vezes por vazamento ou infiltração. Os compostos presentes nos combustíveis são tóxicos e tem potencial de causar danos à saúde da população e ao meio ambiente. Os resultados mostraram também que 54,24% das áreas declaradas já se encontram reabilitadas para uso declarado. Concluiu-se com o estudo, que apesar do Inventário de Áreas Contaminadas e Remediadas conter informações importantes para subsidiar o gerenciamento de áreas contaminadas, o número de áreas declaradas ainda é baixo em relação ao número expressivo de atividades com potencial de contaminação.

Análise da distribuição espacial e evolução do número de áreas contaminadas nas bacias hidrográficas dos rios Aguapeí e Peixe

“…As causas das contaminações por esse tipo de atividade estão ligadas principalmente ao vazamento acidental de derivados de petróleo para o meio ambiente. De acordo com Carneiro et al (2020) os vazamentos e consequente contaminação gerada pelos postos de combustíveis tem potencial suficiente para inviabilizar o consumo de milhões de metros cúbicos de água subterrânea. Isto pode ocorrer em virtude da grande quantidade de combustível estocada pelos postos, por sua ampla distribuição por todas as duas bacias hidrográficas, mas também em função da idade dos empreendimentos.…”

“…Em comparação com 2007 o ano de 2019 demonstrou um aumento de cerca de 200% na incidência de contaminação das águas subterrâneas e dos subsolos na área de estudo, respaldando os resultados encontrados por Carneiro et al (2020). Os baixos valores de contaminação no ar e no solo superficial estão relacionados com as atividades industriais e áreas de Research, Society and Development, v. 10, n. 8, e14710817264, 2021 (CC BY 4. Segundo CETESB (2019), a maioria das contaminações no subsolo e águas subterrâneas ocorrem por via de vazamentos ou infiltrações de produtos oriundos de postos de combustíveis.…”

“…Ao longo do tempo pesquisas têm sido geradas buscando analisar a diversificação, intensificação e a espacialização de áreas contaminadas de origem antropogênica. Marques et al (2007) avaliaram a presença de áreas contaminadas provenientes de atividades agrícolas; Pinheiro e Mochel (2018) identificaram áreas contaminadas por metais pesados; enquanto que Carneiro et al (2020) verificaram inúmeras áreas contaminadas por compostos orgânicos no estado de Minas Gerais.…”

Groundwater and Anthropic Activities: A Qualitative Study on Treatment Techniques

“…Starting from the scientific data that only 2.5% of the planet's water is available in the form of fresh water (SILVA, et al [1]). Of these, 29.9% are concentrated in groundwater, with Brazil holding 13% of this volume (CARDOSO [2]), and that although groundwater in the country totals 112,000 km3 (BORGES, et al [3]), the lack of proper management of this resource, can cause not future but immediate disruption to the ecosystem as a whole (CARNEIRO, et al [4]). At each moment the geological water cycle has been compromised (CARNEIRO, et al [4]), when forests are cut down, springs and rivers are extinguished, infiltration waters are reduced due to less and less space in the planning of cities for this purpose, and finally the lack of basic sanitation and treated water to a large part of the world population, i.e., anthropic activities altering the ecosystem, causing changes of great relevance to the world population.…”