Dentre as Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs), caracterizadas por ter impacto significativo sobre indivíduos de zonas socioeconomicamente afetadas, estão as geo-helmintíases, causadas por parasitas vermiformes presentes no solo. Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancylostoma duodenale e Necator americanus são os agentes etiológicos deste grupo de patologias e estão associados a complicações física e cognitiva nos infectados, principalmente em crianças em idade escolar e pré-escolar. Geralmente, o diagnóstico laboratorial para as geo-helmintíases é precedido de uma anamnese, sendo o seu resultado útil para além de avaliar quadros clínicos, contemplando também a observância da eficácia de estratégias de controle implementadas em regiões endêmicas. A quimioterapia profilática é, desde muito tempo, uma estratégia adotada para manejo das infecções parasitárias em questão, entretanto vem se mostrando como uma alternativa a ser melhor ponderada, em detrimento de seus efeitos adversos e potencial desenvolvimento de resistência por parte dos parasitas. Aliado a estes fatos, o desinteresse industrial relacionado ao desenvolvimento de medicamentos inovadores para o tratamento das geo-helmintíases, coloca estas doenças negligenciadas em situações ainda mais alarmantes, pelo desenfreado acometimento de indivíduos ao redor do mundo. Ainda há muito a ser feito, mas estratégias como o roteiro para eliminar DTNs dos problemas de saúde pública, entre 2021 e 2030, elaborado pela OMS, dentre ações locais por parte de alguns países, oportunizam a destinação de recursos e saberes para as intempéries que afetam a qualidade de vida de indivíduos menos abastados.