ResumoEsta investigação analisou o estilo parental dos progenitores de vinte e quatro crianças de idade pré-escolar identificando específicamente as representações dos respetivos filhos acerca dos estilos dos pais, quando estes se avaliam como permissivos. Neste estudo qualitativo, de natureza exploratória e descritiva, participaram pais e crianças (idade pré-escolar
Enquadramento concetualA família é o primeiro contexto de socialização da criança.É nela que se desenvolve a parentalidade definida como a relação entre duas gerações, pais e filhos, em que os primeiros têm o objetivo de garantir a educação e o desenvolvimento integral dos segundos (Cruz, 2005). As práticas educativas dizem respeito às estratégias utilizadas pelos pais para atingirem objetivos específicos em diferentes domínios (escolar, social, afetivo). Os estilos parentais, associados, habitualmente às práticas educativas, definem-se pelo conjunto de atitudes dos progenitores que promovem um clima emocional onde os comportamentos das mães ou dos pais são expressos (Weber, Selig, Bernardi & Salvador, 2005). Numa organização familiar saudável os pais devem apresentar estilos educativos sustentados em atitudes positivas que favoreçam a autoestima e o autoconceito dos seus filhos. De acordo com os estudos desenvolvidos, na área, entende-se que o educador utiliza um estilo impositivo, quando impõe regras e limites rígidos, com o objetivo de obter obediência e controle da criança. Este estilo surge associado a atitudes hostis e pouco afetuosas, tendendo a potenciar nas crianças poucas habilidades sociais e baixa autoestima (Oliveira, E., Marin, A., Pires, F., Frizzo, G., Ravanello, T. & Rossato, C., 2002). O estilo parental autorizado é, por sua vez, definido como uma tentativa de envolver a criança ativamente nas decisões, num processo que implica um nível elevado de exigência e responsividade. Estes pais têm tendência a ter crianças mais autoconfiantes. O estilo permissivo é, por sua vez, aquele em que se destaca o afeto mas onde faltam os limites, correspondendo-lhe um baixo nível de exigência. A influência deste estilo tende a potenciar comportamentos antissociais nas crianças (Oliveira et al, 2002).Importa neste estudo conhecer as representações que os pais e crianças têm sobre as práticas educativas exercidas na relação paterno-filial procurando perceber se existe convergência representacional entre os pais identificados como laxivos/negligentes e os seus filhos.
MétodoO estudo é de natureza qualitativa, interpretativa e exploratória. De acordo com Moreira (2007), o que melhor define esta abordagem é a descoberta, captação e reconstrução de significados elegendo-se, neste ámbito, métodos que visam formas flexíveis de captar a informação.
ParticipantesParticiparam vinte e quatro pais e ainda os respetivos filhos de idade Pré-Escolar. As crianças frequentam um Jardim-de-Infância de uma Instituição Particular de Solidariedade Social na região norte de Portugal. A grande maioria dos respondentes foram mães (87.5%) e os restantes (12,5 %) pais de ida...