Introdução: A utilização de métodos contraceptivos é cada vez mais comum entre as mulheres em idade reprodutiva. O desejo de adiar a gestação com o objetivo de priorizar a carreira profissional mostra-se uma realidade das jovens universitárias brasileiras. Estudos recentes que investigam o comportamento sexual feminino, assim como a utilização da contracepção, tem enfoque em populações adolescentes ou mulheres de baixa renda e escolaridade. Estudar a população universitária, portanto, é de grande valia para compreender e melhorar a saúde reprodutiva e integral da mulher. Objetivo: Descrever o perfil de estudantes de uma universidade particular de Curitiba acerca do uso de métodos contraceptivos: averiguar seus efeitos colaterais notáveis, as justificativas para a sua utilização e possíveis relações do uso com a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST). Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal, realizado entre agosto e dezembro de 2018, que utilizou um questionário online elaborado pelos pesquisadores, composto por 47 perguntas e aplicado em uma amostra de 1036 universitárias de cursos de diferentes áreas. Resultados: Dentre as acadêmicas participantes da pesquisa 41,6% estavam matriculadas em cursos da área da saúde. A média de idade encontrada foi de 21,2 anos e a m´dia de idade da primeira relação sexual foi de 16,8 anos. Destas, 87,2% tinham vida sexualmente ativa sendo que 92,2% se relacionavam exclusivamente com homens. Relataram usar métodos contraceptivos 83,4% das estudantes, sendo que 79,1% afirmaram usar desde o início da prática sexual. O método mais utilizado foi a pílula anticoncepcional (79,1%) seguido pelo preservativo masculino (37%). Um total de 84,5% assinalou como o principal motivo para o uso de contracepção a prevenção de gravidez. O quarto motivo mais citado foi a prevenção de IST. Na amostra, 6,4% apresentou alguma IST, sendo a mais prevalente o HPV (35,9%). Em relação aos efeitos colaterais após início da utilização da contracepção, 68,7% tiverem redução do fluxo menstrual, 61,2% regularizaram seus ciclos, 29,3% relataram aumento de peso, 22,9% mastalgia, 10,9% náuseas e 0,9% cefaleia. Conclusão: Concluiu-se que, em um meio universitário com mulheres de um nível elevado de escolaridade, os principais métodos de escolha ainda são os de curta duração e que o uso de preservativos precisa ser estimulado para prevenção de IST. Mostrou-se necessário levar informações sobre contracepção mesmo em uma universidade, onde pressupõe-se haver maior esclarecimento.Palavras chave: Anticoncepção, Doenças sexualmente transmissíveis, EstudantesABSTRACT:Introduction: the use of contraceptive methods is increasingly common among women of reproductive age. The desire to postpone pregnancy in order to prioritize professional careers is a reality for young Brazilian university students. Recent studies, which investigate female sexual behavior, as well as the use of contraception, focus on populations of adolescents or women with low income and education. Studying the university population, therefore, is of great value in understanding and improving women’s reproductive and integral health. Objective: To describe the profile of students at a private university in Curitiba regarding the use of contraceptive methods: to ascertain their notable side effects, the justifications for their use and possible relations of use with the prevention of sexually transmitted infections (STIs). Methods: This is a cross-sectional observational study, carried out between August and December 2018, which used an online questionnaire prepared by the researchers, consisting of 47 questions and applied to a sample of 1036 university students from courses in different areas. Results: Among the academic participants in the research, 41.6% were enrolled in health courses. The average age found was 21.2 years and the average age of the first sexual intercourse was 16.8 years. Of these, 87.2% were sexually active and 92.2% were exclusively related to men. 83.4% of students reported using contraceptive methods, 79.1% of whom reported using it since the beginning of sexual practice. The most used method was the contraceptive pill (79.1%) followed by the male condom (37%). A total of 84.5% cited pregnancy prevention as the main reason for using contraception. The fourth most cited reason was STI prevention. In the sample, 6.4% had some STI, the most prevalent was HPV (35.9%). Regarding the side effects after using contraception, 68.7% had reduced menstrual flow, 61.2% regularized their cycles, 29.3% reported weight gain, 22.9% mastalgia, 10.9% nausea and 0.9% headache. Conclusion: It was concluded that, in a university environment with women of a high education level, the main methods of choice are still short-action and that the use of condoms needs to be encouraged to prevent STIs. It proved that it is necessary to take information about contraception even at a university, where it is assumed that there is more clarification.Keywords: Contraception, Sexually transmitted diseases, Students