RESUMO -OBJETIVO. Estudar a apresentação clí
INTRODUÇÃOA sobrevida de pacientes com lupus eritematoso sistêmico (LES) vem aumentando no correr dos anos. A melhora pode ser atribuída à vários fatores, tais como diagnóstico de casos mais leves, melhor controle da pressão arterial, introdução de novos antibióticos, uso de corticosteróides e de drogas imunossupressoras [1][2][3][4] . Vários fatores tais como raça negra 1,5-9 , desenvolvimento de glomerulonefrite [8][9][10][11][12][13][14] , baixo nível só-cio-econômico 1,9 têm sido apontados como indicadores de pior prognóstico.Nos países desenvolvidos, a importância de septicemia como causa de óbito vem diminuindo. Estudos recentes têm relatado que a doença cardiovascular está se tornando importante causa de óbito 14,15 . Em países em desenvolvimento é possível que os pacientes com glomerulonefrite lúpica apresentem pior prognóstico devido a associação de infecção, baixos níveis sócio-econômicos e baixa escolaridade, usualmente encontrados nesses países. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a apresentação clínica e evolução da glomerulonefrite lúpica em nosso meio. variáveis estudadas, à época da biopsia renal, (idade, sexo, proteinúria, presença de hipertensão arterial e creatinina sérica) a única que se associou com pior prognóstico foi a elevação da creatinina sérica. Remissão da síndrome nefró-tica ocorreu em 65% das vezes. A sobrevida atuarial foi de 96%, 82%, 70% e 70% em 1, 5, 10 e 12 anos. Cinco pacientes desenvolveram insuficiência renal crônica terminal e sete morreram, sendo infecção a principal causa de óbito (57%) CONCLUSÃO. Em pacientes com nefropatia lú-pica, o aumento da creatinina sérica, à época da biópsia, se associou com o desenvolvimento de insuficiência renal crônica ao fim do seguimento e a principal causa de óbito foi processo infeccioso.Unitermos: Lupus eritematoso sistêmico. Glomerulonefrite lúpica. Síndrome nefrótica. Insuficiência renal.Glomerulonefrite lúpica: estudo da evolução a longo prazo
CASUÍSTICA E MÉTODOSForam analisados retrospectivamente os prontuários de todos os pacientes com o diagnóstico de lupus eritematoso sistêmico (LES) atendidos na disciplina de Nefrologia da Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, no período de 1970 a 1993. Para ser incluído no trabalho, o paciente deveria ter idade superior a 12 anos no início do seguimento, preencher pelo menos quatro dos critérios da American Rheumatism Association 15 para diagnóstico de LES, ter sido submetido à biópsia renal, apresentar seguimento mínimo de um mês e não necessitar de tratamento dialítico quando visto pela primeira vez.Considerou-se o paciente como portador de insuficiência renal, quando este apresentava creatinina sérica superior a 1,5mg/dl. Aceitou-se como piora da função renal aumento superior a 30% da creatinina sérica inicial em mais de uma ocasião e melhora quando ocorreu diminuição semelhante.Definiu-se como síndrome nefrótica a presença de proteinúria superior a 3 g/24h; como remissão completa da síndrome nefrótica quando a proteinúria de 24 hora...