A vigilância sorológica é uma ferramenta que complementa os métodos tradicionais de saúde pública para vigilância de doenças transmissíveis e fornece informações valiosas sobre a transmissão de doenças nas populações – por exemplo, para identificar lacunas na imunidade contra doenças imunopreveníveis. Esta informação é útil para monitorar a exposição da população a doenças como malária, doenças infecciosas negligenciadas, doenças transmitidas por alimentos, doenças transmitidas pela água, doenças transmitidas por vetores e doenças infecciosas emergentes. Como muitas doenças infecciosas estão ou estiveram presentes em populações que vivem em ambientes onde vários fatores de risco se sobrepõem, consequentemente a vigilância sorológica integrada facilita sinergias e otimiza a utilização de recursos de saúde pública. Este kit de ferramentas foi desenvolvido para facilitar a concepção, implementação, análise, interpretação e uso dos resultados de inquéritos sorológicos integrados para reforçar as capacidades dos países visando à eliminação de doenças transmissíveis. A primeira parte descreve os conceitos básicos de inquéritos sorológicos e vigilância sorológica; seus usos, benefícios e desafios; formas de melhorar sua eficiência e seu potencial de contribuir para a tomada de decisões na esfera da saúde pública. Em seguida, este kit de ferramentas apresenta um processo passo a passo para a implementação da vigilância sorológica integrada baseada em inquéritos. Inclui recomendações sobre como identificar a necessidade e a finalidade da coleta de informações sorológicas, a concepção e a metodologia do inquérito, métodos laboratoriais, considerações práticas para a implementação do inquérito, análise e interpretação dos dados, e o uso dos achados para subsidiar a tomada de decisões. Destina-se principalmente a apoiar gestores de programas e equipes atuantes no controle e eliminação de doenças transmissíveis. O público-alvo inclui – mas não se restringe – a coordenadores de programas de doenças transmissíveis, doenças infecciosas negligenciadas e imunização; gestores de vigilância epidemiológica; funcionários de laboratórios de saúde pública e outros funcionários de ministérios, secretarias e departamentos de saúde que possam estar interessados em incorporar a vigilância sorológica integrada ao arsenal de seus sistemas de vigilância como meio de obter informações adicionais sobre a transmissão populacional de doenças infecciosas.