Através do estabelecimento de uma práxis arqueológica marítima sobre as estratégias desenvolvidas pelo tráfico de africanos escravizados, apresentamos no presente artigo uma proposta de estudo de caso acerca da materialidade resultante do comércio ilegal estabelecido por rotas marítimas com a África Oriental no século XIX. Por meio do estudo arqueológico subaquático dos restos do navio escravagista Camargo, naufragado na região de Bracuí, na Baía de Ilha Grande – RJ/Brasil, em 1852. Naufrágio ocorrido de forma proposital, como estratégia de ocultamento da atividade clandestina de desembarque de africanos. Entendendo a Arqueologia como uma atividade que se constitui como uma ação política, servindo como uma ferramenta de legitimação de grupos excluídos da História Oficial local, a exemplo da Comunidade Quilombola de Santa Rita do Bracuí.