RESUMOOs pacientes com diabetes e cardiopatia isquêmica são freqüentemente considerados para a realização de revascularização miocárdica com o objetivo de diminuição do risco de eventos cardiovasculares ou melhora da qualidade de vida. Na prática clínica, as decisões quanto à realização de cirurgia ou intervenção coronariana percutânea são freqüentemente difíceis, devido à gravidade dos casos, extensão da doença e presença de co-morbidades. Além disso, a maioria dos dados disponíveis na literatura origina-se da análise de subgrupos de ensaios clínicos delineados para estudos da população em geral, não para diabéticos. O objetivo deste estudo foi revisar a literatura quanto à intervenção coronária percutânea em pacientes com diabetes, além de mostrar dados mais recentes dos resultados deste procedimento no Serviço de Hemodinâmica do Instituto de Cardiologia do RS. Patients with diabetes and coronary artery disease are frequently considered for myocardial revascularization procedures, aiming at cardiovascular events risk reduction and a better quality of life. In clinical practice, decisions concerning surgery or percutaneous coronary intervention are frequently difficult, because of cases' severity, disease extension and co-morbidities association. Beyond that, the bulk of literature information was generated by subgroup analysis of randomized clinical trials, which were designed for the general population, not for diabetics. The aim of this study was to review literature on coronary percutaneous intervention in diabetic patients, and also to show recent data from the experience in this procedure at the Catheterization Laboratory of the Cardiology Institute of RS. O AUMENTO DO RISCO CARDIOVASCULAR associado ao diabetes mellitus (DM) está relacionado à própria doença (1,2) e à presença de outros fatores de risco para doenças cardiovasculares (1,3). Após o diagnóstico de doença cardiovascular, o paciente com diabetes também apresenta mais complicações e maior mortalidade do que aqueles indivíduos sem diabetes (4). O aumento da incidência de DM observado nos últimos anos (5) indica a necessidade de medidas preventivas e tratamento diferenciado para esses pacientes.