A nutrição influenciada pelo modelo biomédico, historicamente vem minimizando e/ou estigmatizando problemas nutricionais e descartando valores subjetivos, como acontece com pessoas gordas. Com isso, o objetivo deste trabalho foi analisar e discutir, baseada na análise qualitativa, abordagens sobre gordofobia em uma página no Facebook. A partir da metodologia de análise de conteúdo, foram selecionadas 14 postagens publicadas no período entre junho de 2018 e junho de 2019. Após essa seleção, os resultados e discussões foram categorizados em "Abordagem sobre gordofobia" e "Abordagem sobre interfaces entre dieta e padrão corporal", sendo esta última subcategorizada em “Terrorismo nutricional e comer para esculpir”. Assim, percebe-se, a partir dessas postagens, práticas de nutricionistas que se comportam como moduladores de corpos, reforçam a demonização do corpo gordo, a culpabilização e a responsabilização dessas pessoas por seu estado saúde-doença. O uso de um discurso gordofóbico camuflado de promoção de saúde cria uma "ditadura da saúde" que coloca a magreza como sinônimo desta, promovendo terrorismo sobre a alimentação. Conclui-se, então, que o conceito de saúde é uma construção social e pode contribuir para a propagação de discriminações.