Focalizando a prevalência discursiva da neurociência na contemporaneidade, o artigo visa apreender os modos como os saberes pedagógicos, psicológicos, biológicos e neurológicos têm se articulado num âmbito específico da produção discursiva educacional brasileira atual, a fim de matizar seus efeitos nos processos de veridicção e constituição de subjetividades. Inspirando-se teórico-metodologicamente em Michel Foucault, toma como locus documental um conjunto de publicações da revista de divulgação pedagógica Nova Escola, no período de 2011 a 2016. A análise discursiva de enunciados aponta três principais aspectos: articulação entre corpo e subjetividade; atualização das discursividades de expertise nos processos de patologização e medicalização da vida; reconfiguração das políticas de cognição.