Este estudo avaliou o uso de índices de sensoriamento remoto para monitorar os impactos da seca na produção de soja em pequenas áreas (<2km²). O estudo se concentrou em sete áreas localizadas em Santiago (RS), abrangendo dois ciclos de cultivo (Safra 1: 2018-2019 e Safra 2: 2019-2020). Dados de precipitação derivados de satélite foram usados para calcular o Índice de Precipitação Padronizada (SPI) e caracterizar os eventos de seca que ocorreram entre 2018 e 2020 na área de estudo. Além disso, dados de temperatura foram utilizados para avaliar a ocorrência de eventos de calor extremo durante o período de análise. Os dados do Enhanced Vegetation Index (EVI) foram empregados para avaliar os efeitos do déficit hídrico na produção de soja. Os resultados indicaram três eventos de seca entre 2018 e 2020, sendo que o período mais intenso e severo ocorreu entre fevereiro e abril de 2020, coincidindo com a fase de plantio em todas as áreas. Além disso, foram identificadas seis ondas de calor, incluindo uma em março de 2020, que coincidiu com o evento de seca severa, formando um evento composto de seca-calor. A análise dos dados do EVI revelou um impacto mais significativo do déficit hídrico na Safra 2, particularmente em parcelas não irrigadas, resultando em menor produtividade. No geral, o estudo demonstrou a viabilidade de utilizar técnicas de sensoriamento remoto para monitorar os impactos da seca na produção agrícola, mesmo em pequenas áreas.