Mepolizumab como opção terapêutica coadjuvante no tratamento da asmaConexão Ci. | Formiga/MG | Vol. 12 | Nº 2 |p. 129-131 | 2017
ResumoIntrodução: Mepolizumab é um anticorpo monoclonal anti IL-5 com grande potencial para controlar os sintomas e reduzir a mortalidade da asma, uma vez que inibe a IL-5, responsável pelas principais alterações da doença. Objetivo: Revisão da literatura sobre o Mepolizumab, seu mecanismo de ação, eficácia e segurança no tratamento da asma. Metodologia: Busca de diretrizes e artigos científicos nas bases de dados Scielo, Pubmed, Periódicos Capes e Google Acadêmico entre 1993 e 2016. Resultados: O tempo de meia vida do Mepolizumab é de 13 ± 2 dias. Não houve diferença na eficácia entre as vias de administração intraperitoneal e inalatória. A curto prazo, o medicamento não afeta a função pulmonar. Entretanto a longo prazo, a droga diminui os eosinófilos do lavado broncoalveolar e o remodelamento das vias aéreas, melhora o volume expiratório forçado no primeiro segundo e reduz as exacerbações asmáticas. Foram relatados alguns efeitos colaterais da droga como reações locais à aplicação subcutânea. O alto custo desse tratamento pode limitar seu uso. Conclusão: A eficácia, segurança e efeito corticoide poupador do Mepolizumab foram comprovados a longo prazo. No entanto, a adesão à droga é limitada pelo alto custo e também pelos efeitos colaterais encontrados. Apesar disso, a utilização do medicamento coadjuvante à corticoterapia na asma grave pode reduzir a morbimortalidade dos pacientes, melhorando sua qualidade de vida.
Palavras
IntroduçãoAsma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, caracterizada por hiper-reatividade brônquica, com liberação de vários mediadores inflamatórios que causam edema pulmonar, broncoconstrição e hipersecreção de muco, o que gera obstrução das vias aéreas. Os eosinófilos possuem papel importante na patogênese da asma por meio da síntese de mediadores inflamatórios que causam uma amplificação da resposta inflamatória. A maturação, diferenciação, recrutamento e sobrevivência dos eosinófilos dependem, principalmente, da interleucina-5 que é secretada por mastócitos e linfócitos T.
1,2Outras ações dessa citocina são o estímulo à produção e a diferenciação de células B, o aumento da secreção de imunoglobulinas, especialmente IgA, IgE e IgM e o estímulo à síntese de leucotrieno TC4. 3,4,5,6 A inflamação crônica das vias aéreas associada a uma hiperresponsividade a alérgenos leva a episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse, particularmente à noite ou no início da manhã. Esses episódios são consequências da obstrução ao fluxo aéreo intrapulmonar generalizada, que podem ser revertidos de forma espontânea ou mediante tratamento.
7De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 300 milhões de pessoas sofrem de asma em todo o mundo.7 No Brasil, a asma afeta cerca de 6,4 milhões acima de 18 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional da Saúde do Ministério da Saúde.8 Dada a elevada prevalência e os gastos em saúde pública com essa...