RESUMOOBJETIVO. Este estudo descreve e analisa a adequação da prescrição da AH, para reposição nutricional, nos hospitais da região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, e explora o uso do SIH/SUS para avaliar o perfil e a qualidade da prescrição de medicamentos.
MÉTODOS. As informações foram extraídas do Sistema de Informações Hospitalares do
INTRODUÇÃOA queda no nível de albumina plasmática por diminuição da síntese, por aumento do catabolismo, ou por uma combinação dos dois fatores, leva ao déficit oncótico, que produz edema e diversas outras alterações fisiológicas 1,2 .Em pacientes com doenças agudas e crônicas, a concentração de albumina plasmática é inversamente proporcional ao risco de morte 3 . Uma revisão sistemática de estudos de coorte estimou um aumento do risco de morte entre 24% e 56%, a cada decréscimo de 2,5g/dl na albuminemia 4 .Em quadros clínicos críticos, tais como trauma, queimadura, sépsis, e após grandes cirurgias, a redução da concentração da albumina plasmática é uma manifestação de doenças de base que afetam a regulação metabólica da albumina, mas independe do suprimento nutricional 2,5 .Embora a albuminemia seja considerada como um bom indicador de predição da morbi-mortalidade cirúrgica e hospitalar, não é um bom marcador nutricional. A efetividade da administração parenteral de albumina humana (AH) para o restabelecimento do equilíbrio oncótico permanece controversa 6 . A AH não é considerada uma boa fonte nutricional por ser pobre em triptofano, um aminoácido essencial. Sua vida média de 18 dias é longa e as proteínas só podem ser absorvidas após a quebra em aminoácidos. Além disso, algumas evidências sugerem que a sua administração excessiva inibe a síntese e aumenta o catabolismo 2,7 .De acordo com os protocolos clínicos internacionais, a administração de AH para reposição nutricional é inapropriada [8][9][10][11] . Entretanto, há quem a considere efetiva em presença de albuminemia menor que 2,0g/dl ou de perdas líquidas maiores que 2 litros/dia, por diarréia refratária à terapêutica convencional 8 . Nas hipoalbuminemias secundá-rias a doenças hepáticas agudas e transplantes hepáticos, a administração artificial de AH é considerada efetiva e apropriada, devido ao comprometimento da síntese protéica 6,7,10 .A AH está incluída entre os 48 medicamentos que fazem parte do conjunto de procedimentos especiais registrados no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Embora tenha sido desenvolvido como um banco de dados administrativo de base nacional, o SIH dispõe de informações sobre os pacientes, as doenças e os tratamentos, que podem ser exploradas em estudos clínicos e epidemiológicos 12 .O presente estudo pretende descrever e analisar a adequação da prescrição da albumina humana, com ênfase na reposição nutricional,