Objetivo: Identificar a relação da COVID-19 com a lesão renal aguda, bem como o papel da abordagem multiprofissional nesse cenário. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa realizada a partir das bases de dados PubMed, SciELO e LILACS, utilizando os descritores “COVID-19” e “Acute Kidney Injury”. Foram incluídos estudos originais publicados disponíveis na íntegra para leitura, publicados nos últimos 5 anos, nos idiomas português, inglês e/ou espanhol. Foram excluídos artigos veterinários, os que avaliaram pacientes com doenças renais crônicas prévias à infecção pela COVID-19 ou transplantados, além de resumos isolados e editoriais. Resultados: O SARS-CoV-2 invade células humanas a partir da enzima conversora de angiotensina 2 e serino-proteases transmembrana tipo 2, ocasionando resposta inflamatória sistêmica por tempestade de citocinas, efeito citotrópico direto induzido por vírus e necrose tubular aguda, devido a falha de múltiplos órgãos e choque. A rabdomiólise contribui para esse quadro. Clinicamente, os pacientes com lesão renal aguda e COVID-19 podem ser apresentar com sintomas geniturinários, diarreia, proteinúria, hematúria e alterações de ureia e creatinina. A abordagem ao paciente nefrológico no contexto pandêmico envolve reforço de medidas preventivas ao novo vírus, gestão de saúde eficaz e colaboração entre médicos e enfermeiros de diversas especialidades, em especial intensivistas e nefrologistas. Conclusão: A infecção pelo SARS-CoV-2 pode ocasionar lesão renal aguda por toxicidade viral direta ou desregulação de mecanismos imunológicos. O quadro clínico nesses casos é marcado por sintomas de falência renal e infecção. A atuação sinérgica de equipe de saúde multiprofissional e gestores de saúde é fundamental nesse cenário.