Covid-19, confinamento e teletrabalho: Estudo qualitativo do impacto e adaptação psicológica em dois estados de emergência

Abstract

Resumo: Introdução Desde o primeiro caso de Sars-Cov-2 reportado, os estudos realizados, indicam o impacto negativo na saúde mental, com níveis elevados de medo, ansiedade e sintomas depressivos. Em Portugal, a percentagem de morbilidade mental é elevada. Ter baixo rendimento económico, ser jovens e mulher aumenta o risco de vulnerabilidade psicossocial. Poucos estudos focam as vivências subjetivas e os processos de adaptação em diferentes fases da pandemia; Objetivos Aceder ao impacto psicológico do confinamento devido à COVID-19 e processo de adaptação na I e III Fases da pandemia (Abril/2020-Janeiro/2021) mediante a realização online de entrevistas semiestruturadas; Métodos As entrevistas de dez portugueses em teletrabalho foram gravadas, transcritas e analisadas recorrendo à metodologia IPA e análise Lexical com Alceste ® , permitindo cruzar os resultados atestando a validade das temáticas consensuais; Resultados As classes da análise lexical comprovam os temas emergentes da IPA. Os participantes em teletrabalho, experienciam impacto laboral, familiar e social, sentimentos negativos e dificuldades no equilíbrio trabalhovida/família, adotando estratégias de adaptação psicológica eficazes desde o início da pandemia. No segundo confinamento, relevam menor ansiedade, mas maior desgaste, frustração, adaptando as estratégias de autorregulação ao longo do tempo; Conclusões Ao identificarem as dificuldades e impacto negativo do confinamento, os participantes adotaram intuitivamente estratégias adaptativas de autorregulação cognitiva, comportamental e emocional diferentes ao longo do tempo, em prol da sua saúde mental e bem-estar. Apresentamos um modelo da evolução do impacto psicológico e processo de adaptação em dois confinamentos, possivelmente relevante no delineamento de medidas mais humanizadas e programas de prevenção/intervenção psicológica de proximidade.

Psychometric Validation of the Portuguese Obsession with COVID-19 Scale (PT-OCS)

“…This could be explained by circumstantial events in the data collection procedures, as the general population answered the protocol specifically during a confinement period (March-April 2021), whereas the recruitment concerning parents included confinement and non-confinement periods. Although caregivers of children were more prone to psychological burden during the pandemic [15,[22][23][24][25], in this case, increasing multiple and time-consuming parental responsibilities may have ended up minimising their exposure to pandemic information and news content, thus acting as a protective factor against obsessive thinking about COVID-19. These findings point to a possible protective factor of family against stressors, as it could act as a distractor and buffer effect due to multitasking demands and social support.…”

“…Although less-studied, parents or caregivers of children were also more prone to developing psychological problems during the COVID-19 pandemic [15], based on the fact that many families experienced multiple hardships during this crisis (e.g., job or income loss, home-schooling and disrupted routines, less social support, and caregiving burden) [22][23][24][25]. Consequently, some evidence points to increased levels of negative moods, higher parental conflict, psychological distress, and anxiety states, mainly associated with difficulties related to multiple obligations and conflicting responsibilities [22,26,27].…”

The psychological impact of COVID-19 in the general population: A review and reflection in Portuguese Speaking Countries

“…However, they adopted efficient coping strategies since the beginning of the pandemic. In the second lockdown, participants show less anxiety, but more stress and frustration, but they adopted self-regulation strategies over time (Pires et al, 2021) 2021) found that emotional coping strategies was related to less anxiety, depression and stress, problem coping strategies was associated with less depression and dysfunctional coping strategies was related to more anxiety, depression and stress. A study developed with university students during the lockdown concluded that the evaluation and expression of emotions themselves, emotional regulation, and the use of emotions were associated with anxiety, depression, and stress.…”

As consequências do teletrabalho em tempos de Covid-19: uma revisão sistemática

“…Pesquisas relatam o aumento do estresse, crises de ansiedade, depressão, entre outras doenças psicológicas entre trabalhadores em regime de teletrabalho, principalmente no período da Pandemia da Covid-19. Muitos dos casos relatados foram pelo fato do isolamento social e carga excessiva de trabalho, tendo que trabalhar e cuidar dos afazeres da casa (PIRES et. al, 2021).…”