Objetivo: Compreender quais foram as estratégias adotadas pelos municípios para atingir a cobertura vacinal de crianças contra COVID-19. Métodos: Estudo de abordagem qualitativa no âmbito de uma pesquisa-intervenção conduzida pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa em Vacinação da Escola de Enfermagem da UFMG, em colaboração com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Participaram do estudo 212 municípios com tendência decrescente nas taxas de cobertura vacinal em crianças menores de 2 anos. Foram realizadas 8 oficinas para a elaboração do plano de ação de combate às baixas taxas de cobertura vacinal. As oficinas foram registradas em áudio e transcritas, sendo esse material analisado em três etapas. Resultados: A análise de conteúdo das oficinas evidenciou três categorias: "Ações intersetoriais utilizadas pelos municípios como estratégia para atingir a cobertura da vacinação de COVID-19 no público infantil"; "Ações de educação permanente para equipe de saúde" e "Reorganização de processos de trabalho nas salas de vacina". Na primeira, ações coordenadas com a assistência social, a educação, os espaços de debate político e outros agentes foram descritas. Na segunda categoria, foram citadas ações de educação permanente tanto com a equipe de enfermagem que atua na sala de vacina quanto com profissionais que realizam atendimento de crianças e adolescentes. Na última categoria, as dificuldades do trabalho nas salas de vacinação foram evidenciadas, explicitando a necessidade de reorganizar e otimizar o trabalho nesse local. Conclusão: A vacinação contra COVID-19 em crianças tem sido um grande desafio para os gestores, coordenadores de vigilância epidemiológica, enfermeiros e técnicos de enfermagem na sala de vacina. Mesmo diante dos esforços das equipes de saúde, não foi possível alcançar a meta de cobertura vacinal, o que mostra a complexidade do cenário vacinal e a necessidade de unir forças de diversos setores para aumentar a cobertura vacinal infantil.