Resumo Objetivo: descrever etapas de adaptação transcultural e validade dimensional para uso, no Brasil, da escala “indicadora de trabalho-vida” (work-life indicator). Métodos: realizaram-se análises das equivalências conceitual, de itens e da semântica, conduzidas por pesquisadores experientes em uso de escalas e/ou saúde ocupacional. A escala foi aplicada a participantes da terceira onda do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Procedeu-se, então, a avaliação da equivalência de mensuração, utilizando-se Análises Fatoriais Exploratória (AFE) e Confirmatória (AFC). Resultados: aplicada a 7.277 participantes (50,3% do sexo masculino), a escala apresentou equivalências conceitual, de itens e semântica pertinentes no contexto brasileiro, bem como adequada correspondência de significado referencial/denotativa de termos e geral/conotativa dos itens. As AFE e AFC corroboraram a estrutura teórica de três dimensões - i) vida pessoal invadindo trabalho, ii) trabalho invadindo vida pessoal e iii) controle de limites percebidos -, com indicadores de ajuste adequados após a exclusão de dois itens da primeira dimensão. Na AFC, obteve-se índice de ajuste comparativo=0,968, índice de Tucker-Lewis=0,957 e raiz do erro quadrático médio de aproximação=0,039 (IC90%: 0,035;0,041). Conclusão: a escala é promissora para avaliar o gerenciamento de limites entre trabalho e vida pessoal no contexto brasileiro, assim como facilitará a realização de estudos sobre a influência desse gerenciamento na saúde e bem-estar dos(as) trabalhadores(as).