Um estudo do crescimento relativo da maior quela do macho e do abdome da fêmea foi realizado numa população do caranguejo chama-maré Uca mordax (Smith, 1870) ocorrente no extremo oeste da Baía de Guaratuba, Paraná, sul do Brasil. O comprimento da maior quela (CMQ) foi medido em 319 machos, e a largura do abdome (LAB) em 356 fêmeas. Adicionalmente, seis chama-marés sexualmente indiferenciados foram analisados. A largura da carapaça (LC) foi escolhida como dimensão de referência para ambos os sexos, a qual variou de 1,94 a 20,0 mm para machos, de 2,50 a 18,85 mm para fêmeas, e de 1,94 a 3,15 para os indivíduos sexualmente indiferenciados. A relação entre o LC e CMQ mostrou um ponto de inflexão em 11,70 mm LC nos machos, e entre LC e LAB, em 8,77 mm LC dentre as fêmeas. Os machos (média LC = 14,24 mm) atingiram tamanhos pouco maiores do que as fêmeas (média LC = 13,97 mm). O crescimento foi alométrico positivo durante toda a ontogênese de ambos os sexos, isto é, antes e depois da muda puberal. As equações das relações entre LC e CMQ nos machos foram: logCMQ = -0,542265 + 1,51.logLC para machos juvenis e logCMQ = -1,446281 + 2,37.logLC para machos adultos. Nas fêmeas, a relação entre LC e LAB foi: logLAB = -0,607282 + 1,22.logLC e logLAB = -0,912074 + 1,60.logLC, respectivamente, para juvenis e adultas. Estas dimensões estão relacionadas com as atividades reprodutivas da espécie. O nível de alometria do CMQ dos machos adultos de U. mordax foi o mais alto dentre as espécies do gênero, cujo crescimento relativo desta dimensão foi estudado. A proporção de machos destros foi estatisticamente a mesma daqueles sinistros (1:1).