Crise econômica e disparidades no gasto, oferta e utilização de serviços públicos e privados de saúde no Brasil no período entre 2011 e 2019

Abstract

Buscou-se analisar as repercussões da crise econômica sobre os setores público e privado do sistema de saúde brasileiro e realizar uma análise de tendência de indicadores econômicos e assistenciais, elaborados a partir de dados secundários de fontes públicas oficiais, relacionados ao gasto, ao desempenho econômico de planos e seguros de saúde, à oferta e utilização de serviços. Os resultados demonstraram estagnação do gasto público em saúde, redução do gasto público per capita e do acesso aos serviços públicos de saúde. Contrariamente, em um contexto de queda da renda e do emprego, os planos de saúde mantiveram clientes, ampliaram as receitas, os lucros e a produção assistencial. O desempenho positivo das empresas, antes e a partir da crise, pode ser explicado pela tendência de manutenção de subsídios públicos para o setor privado e pelas estratégias empresariais financeirizadas. Conclui-se que a atuação do Estado brasileiro durante a crise aprofundou a restrição de recursos ao setor público e favoreceu a expansão dos serviços privados, o que contribuiu para aumentar a discrepância no acesso a serviços públicos e privados de saúde no país.

Tratamento Endodôntico No Sistema Único De Saúde Na Região Norte E Sudeste Do Brasil: 15 Anos De Avaliação

“…O aumento na quantidade de tratamentos endodônticos radicais realizados pelos cirurgiões-dentistas especialistas em Endodontia na região Sudeste também é uma perspectiva importante, especialmente quando hipotetizamos que o aumento da quantidade desses profissionais atuando no SUS não implicaria de forma direta nesse desfecho. É importante considerar que o tratamento odontológico possui custos e as crises econômicas recentes impactam negativamente no acesso ao mesmo com recursos individuais (setor privado), aumentando a carga exercida no setor público pelos usuários do sistemas de saúde em todo o mundo, como o SUS no Brasil, além de estar associado à redução dos indicadores de saúde bucal 17,18 .…”

Acesso ao endodontista e aos tratamentos endodônticos radicais no Sistema Único de Saúde na região sudeste do Brasil

“…É importante considerar que o tratamento odontológico possui custos e as crises econômicas recentes impactam negativamente no acesso ao mesmo com recursos individuais, aumentando a carga exercida no setor público pelos usuários do sistemas de saúde em todo o mundo, como o SUS no Brasil, além de estar associado à redução dos indicadores de saúde bucal (20,21) . Sabe-se que o tratamento endodôntico radical evoluiu nos últimos anos, mas há um custo associado significativo para realizá-lo, seja no setor privado ou público (22) . Nessa perspectiva, gera-se a hipótese de que tal aumento pode decorrer, entre outros fatores, na impossibilidade de acessar os serviços privados de saúde bucal pela redução do poder aquisitivo nos últimos anos.…”