Crise hídrica: a culpa é de quem? A percepção das responsabilidades em espaço de deliberação virtual

Abstract

A presente pesquisa teve como objetivo avaliar os espaços deliberativos virtuais como potenciais ferramentas de construção coletiva e exercício da cidadania na concepção das causas, enfrentamento e prevenção de situações de crise como as evidenciadas na crise hídrica. O método do grupo focal e de deliberação coletiva foi adaptado ao ambiente virtual onde o moderador, interlocutor e monitor intermediaram o debate de participantes vinculados à bioética. A fala dos participantes expressaram principalmente limitações técnicas, sociais, éticas e ambientais relacionadas à crise hídrica, as quais somadas com as crenças limitantes e com o senso comum, foram identificadas como fragilidades que fundamentam e tornam complexos dilemas ambientais que não serão solucionáveis sem comportamentos cooperativos. Por outro lado, os participantes demostraram crenças positivas e valores coletivos, pessoais, éticos, sociais e comportamentais que agregam à uma perspectiva de solução. Os dados do presente estudo atestaram a hipótese de que os espaços de deliberação virtual são hábeis na construção coletiva de trilhas para resolução de dilemas ambientais. Logo, potenciais ferramentas de construção coletiva e exercício da cidadania na concepção das causas, enfrentamento e prevenção de situações de crise.

representação da crise hídrica pelos curitibanos

“…Os resultando em um processo de segregação, no qual um direito humano passa a ser tratado como mercadoria, acentuando as desigualdades no acesso humano à água (Cini;Fischer, 2019, Rosaneli et al, 2021. parece que ações mais efetivas para essa desconstrução de pensamento continua em processo de amadurecimento, como percebe-se pelo tom acusatório, de depoimento e de reclamação na percepção dos curitibanos (Figura 3).…”

“…A crise hídrica vivenciada em regiões tradicionalmente reconhecidas pela abundância de água é condicionada ao aumento da demanda para uso doméstico, industrial e agrícola; ao baixo investimento na modernização da infraestrutura de captação, distribuição e tratamento; e consequência do aquecimento global (Rosaneli et al, 2021). Acrescenta-se a exploração destituída de critérios técnicos e éticos que potencializaram a contaminação de águas superficiais e subterrâneas e empreendimentos que interrompem ciclos geográficos e temporalmente estabelecidos (Rosaneli et al, 2022).…”

Prática Educativa No Ensino Médio Sobre a Água

“…As pessoas precisam construir novos valores éticos colocando a água como um bem indispensável à vida e fazendo uso consciente de tal recurso. Assim, para refletir, discutir e sensibilizar as pessoas a este respeito um dos caminhos (não sendo o único) é trazer essa problemática para os espaços escolares (Fischer et al, 2021).…”