Objetivo: Este estudo teve como objetivo relatar o acompanhamento fonoaudiológico nas dificuldades alimentares no câncer infanto-juvenil. Métodos: O estudo de série de casos retrospectivo e descritivo-qualitativo teve amostra composta por 3 indivíduos com idade variando entre 8 e 14 anos, em acompanhamento com a equipe do Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital da Criança Santo Antônio – Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, com solicitação de avaliação fonoaudiológica para investigação de deglutição/alimentação. A coleta foi realizada por meio de dados extraídos de prontuário eletrônico da instituição, onde constavam as evoluções dos casos dos pacientes internados e atendidos em ambulatório, de março de 2018 a agosto de 2019. Resultados: Nos 3 casos relatados, os pacientes apresentaram deglutição normal, com indicação de via alternativa para alimentação pelo prejuízo na ingestão oral de alimentos durante e/ou após o tratamento oncológico. As queixas alimentares devido aos efeitos colaterais do tratamento foram inapetência, alteração de paladar, náusea e vômitos. Os casos foram acompanhados durante a internação e em ambulatório de fonoaudiologia. Dois dos pacientes permaneceram com a via alternativa por tempo prolongado e um deles reestabeleceu a alimentação por via oral exclusiva. Conclusão: O fonoaudiólogo inserido na equipe multidisciplinar de cuidados ao paciente com câncer infanto-juvenil é um dos responsáveis pelo acompanhamento das dificuldades alimentares provocadas pela doença e tratamentos, com olhar além da disfagia orofaríngea. A sua atuação deve envolver estratégias que promovam a nutrição adequada, seja por via alternativa ou via oral, visando segurança e conforto, com respeito à autonomia do paciente.