RESUMO Objetivos Identificar a prevalência de sucesso na decanulação em pacientes adultos traqueostomizados e analisar os indicadores sociodemográficos, clínicos e fonoaudiológicos preditivos no processo. Métodos Estudo retrospectivo, observacional, com análise de prontuário de 189 pacientes adultos traqueostomizados internados, de junho de 2014 a dezembro de 2016, comparando variáveis sociodemográficas, clínicas e fonoaudiológicas entre os grupos decanulados e não decanulados, por meio de análise logística univariada e multivariada. Resultados A prevalência de sucesso na decanulação foi de 42,8%. A proporção entre sexo feminino e masculino foi semelhante nos dois grupos, com menor média de idade dos decanulados. As doenças mais observadas, nos dois grupos, foram diabetes mellitus e doenças neurológicas. Houve maior proporção de pacientes que decanularam entre os que apresentaram deglutição funcional, ausência de alterações vocais, deglutição espontânea de saliva, maior nível de consciência, dieta por via oral, teste Blue Dye negativo, tosse eficaz, capacidade para remover as secreções pulmonares, ausência de secreções abundantes, balonete desinsuflado, troca de cânula plástica por metálica, ausência de infecções ativas e de oxigenoterapia. A análise multivariada revelou, como variáveis associadas ao sucesso na decanulação, a ausência de secreções abundantes, a capacidade de remover secreções e o tempo de oclusão da traqueostomia. Conclusão A decanulação ocorreu em 42,8% dos pacientes adultos internados e os indicadores preditivos para o sucesso neste processo foram relacionados à secreção pulmonar e a capacidade de oclusão do estoma, mantendo a via aérea superior pérvia.