Construir o socialismo significa emancipar as mulheres e proteger as mães-Leon Trotsky. "A noção mais exata dos nossos avanços pode ser vista nas medidas práticas que estamos tomando para melhorar a situação das mães e das crianças [...]. A questão da maternidade implica, sobretudo, no problema da moradia, da água corrente, da lavanderia, do restaurante. Mas também no problema da escola, dos livros, dos locais de lazer [...]. É impossível avançar caso uma mulher permaneça na retaguarda." RESUMO Introdução: O tratamento da sífilis em gestantes é o elemento-chave na prevenção da sífilis congênita. A sífilis congênita caracteriza importante problema de Saúde Pública no Brasil e no mundo, sendo o tratamento da gestante fundamental para sua prevenção. Objetivo: Avaliar a qualidade das informações e traçar um perfil epidemiológico das gestantes com sífilis no Estado de São Paulo quanto ao tratamento adequado. Métodos: Estudo transversal com dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), para o período 2007-2017. Calculou-se a completude dos dados para o total do Estado e para os 28 Grupos de Vigilância Epidemiológica (GVE), na série histórica de 2007-2017 (44.143 casos). A completude foi classificada em: muito bom (>95%), bom (90% a 95%), regular (70% a 95%), ruim (50% a 70%) e muito ruim (<50%). Foram analisadas as características individuais, de diagnóstico e tratamento, para o Estado de São Paulo e os 28 GVEs, para 2016 (8.667 gestantes). Para construir o perfil das gestantes utilizou-se frequências absolutas e relativas e para a análise das diferenças segundo tratamento adequado utilizou-se o teste de Qui-quadrado com valor-p 5%. Resultados: As variáveis raça/cor, idade gestacional, teste não-treponêmico, teste treponêmico e o esquema de tratamento prescrito à gestante foram classificadas como muito boa completitude, enquanto tratamento do parceiro e escolaridade como regulares. Houve melhora nas variáveis escolaridade e tratamento do parceiro nos 28 GVEs, no período. Em relação ao perfil no Estado de São Paulo, as gestantes eram majoritariamente negras (50,9%), na faixa etária de 20-24 anos (32,8%) e escolaridade <8 anos (51,7%). Apenas metade dos parceiros foi tratada e 87,7% das gestantes tiveram tratamento adequado. As gestantes com tratamento adequado apresentam maior nível de escolaridade com ≥8 anos de estudo (45,9%); começaram mais precocemente o pré-natal (51,1% no 1º. trimestre), reagente nos testes não treponêmicos (90,3%) e treponêmicos (90,4%), tratamento com Penicilina G Benzatina 7.200.000 UI (91,7%) e tratamento do parceiro (54,9%). Não houve diferença em relação à idade (p=0,760) e raça/cor (p=0,06). O perfil nos GVEs variou, indicando heterogeneidade nas condições socioeconômicas do Estado. Conclusões: Para que seja possível um planejamento mais eficaz de estratégias e políticas de saúde para gestantes com sífilis em perspectiva do combate à sífilis congênita é necessário aprimorar o preenchimento das informações. Ainda assim, o perfil encontrado mostra que o grupo de gestantes...