Cuidados paliativos: conhecimento dos formandos de Medicina de uma instituição de ensino superior de Goiás

Abstract

Resumo: Introdução: Os cuidados paliativos (CP) consistem na assistência multidisciplinar e holística ao paciente para melhoria de sua qualidade de vida e de seus parentes, por meio da prevenção e do alívio de enfermidades, de modo a amenizar seus aspectos físicos, sociais, psicológicos e espirituais. Ressalta-se a crescente necessidade de CP, posto que, com o envelhecimento populacional e o aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, há, no mundo, milhões de pessoas que necessitam de CP por ano, das quais apenas 14% recebem esses cuidados até o final da vida. Objetivo: Este estudo teve como objetivo verificar o conhecimento dos formandos de Medicina de 2020 de uma instituição de ensino superior do interior de Goiás acerca dos CP. Método: Este trabalho foi feito por meio de um estudo descritivo, transversal e de natureza quantitativa, no qual se utilizou o Questionário Geral sobre Cuidados Paliativos (QGCP), com adaptações e perguntas objetivas. Aplicou-se o QGCP de forma on-line. O universo amostral foi constituído por 74 formandos. As participações foram de caráter voluntário e, exclusivamente, para fins científicos, respaldando as recomendações éticas de anonimato e confidencialidade. Resultado: Notou-se que a maioria dos participantes considerou os CP como “importantes” ou “muito importantes”, embora uma minoria deles tenha se interessado em realizar alguma formação específica nessa área em sua prática clínica. Além disso, apesar de apenas uma questão do questionário aplicado ter apresentado mais de 50% de erro, inferindo que os participantes demonstram um certo conhecimento em CP, 86,5% (n = 64) dos avaliados não consideraram seu conhecimento acerca de CP como “apropriado” ou “muito apropriado”. Conclusão: Os resultados revelam que, embora os acadêmicos reconheçam a importância dos CP, o desconhecimento acerca da sua filosofia e de seus princípios e a insegurança quanto às condutas a serem prescritas destacam a necessidade de uma educação permanente sobre o assunto. Esses achados corroboram estudos nacionais e internacionais que afirmam a necessidade da disseminação do conhecimento sobre a filosofia e os princípios dos CP.

O ensino sobre cuidados paliativos para o desenvolvimento de habilidades emocionais nos estudantes de medicina

“…Um outro estudo, realizado por Costa et al (7) , verificou que o conhecimento dos formandos de medicina de 2020 de uma instituição de ensino superior do interior de Goiás acerca dos cuidados paliativos era inapropriado para o exercício médico. Os recém-formados acreditavam que a informação fornecida sobre o tema não foi suficiente, posto que, tiveram contatos pontuais em alguns módulos, o que resultava em um conhecimento pouco sistematizado.…”

O entendimento dos acadêmicos de medicina sobre cuidados paliativos

“…É válido ressaltar que esse déficit não está associado apenas com os participantes dessa pesquisa, mas também observou-se em outro estudo semelhante realizado por Pinheiro (2010), em que 83% dos acadêmicos alocados na pesquisa também acreditavam não terem tido acesso a informação suficiente sobre o tema. Ainda, em estudo realizado por Costa et al(2021), tendo como amostra médicos recém formados, observou-se essa mesma tendência, em que se percebeu que apenas 13,5% dos participantes consideravam que durante o curso receberam informação suficientes sobre cuidados destinados a doentes em situação terminal. Neste mesmo contexto, na pergunta seguinte, em que a questão do manejo dos sintomas mais prevalentes em pacientes em cuidados paliativos foi abordada, parcela importante dos participantes afirmava não ter recebido informação suficiente no que diz respeito a controle de sintomas.…”

Medical School Students’ Knowledge of Pain and Palliative Care: An Observational Study

“…Furthermore, 90.6% of participants stated that they had not received enough information about palliative care. In a similar study, although most recent graduates claimed to have received information about pain and palliative care medical school, their knowledge on the subject was considered insufficient for clinical practice [20].…”