Cuidados paliativos providos por médicos de família e comunidade na atenção primária à saúde brasileira

Abstract

Introdução: A necessidade de cuidados paliativos aumentou no âmbito da atenção primária à saúde (APS) do Brasil. Objetivos: Caracterizar a prática de cuidados paliativos providos por médicos de família e comunidade na atenção primária brasileira. Métodos: Estudo transversal e descritivo. Médicos de família e comunidade da APS do Brasil responderam a um questionário autoaplicável, com perguntas envolvendo os oito domínios das diretrizes do National Consensus Project for Quality Palliative Care. Resultados: Foram analisadas 87 respostas de médicos de família de 34 cidades brasileiras. A maioria dos entrevistados (92%) não teve uma disciplina de cuidados paliativos na graduação. Existe pouca utilização de ferramentas validadas para análise da dor e funcionalidade dos pacientes. Há pouca disponibilidade de equipe multidisciplinar capacitada na APS. Existe deficiência na comunicação do profissional com os pacientes e familiares. Há pouca disponibilidade de medicamentos para controle sintomático de dor e dispneia em pacientes sob cuidados paliativos na APS. Conclusão: Existe certa provisão de cuidados paliativos na APS brasileira, porém com insuficiência. Dificuldades na formação médica, pouca disponibilidade de insumos e material humano podem dificultar um melhor provimento de cuidados paliativos na APS brasileira.

Avaliação do conhecimento em cuidados paliativos entre médicos de família e comunidade

“…Isso pode ser justificado pelo fato de que, entre as muitas intersecções entre CP e MFC, o cuidado centrado na pessoa, as habilidades de comunicação, a integralidade e a abordagem familiar são alicerces da formação desses especialistas. 4,8,12 Para a ANCP, avaliar e manejar sintomas físicos e psíquicos e ter estratégias de comunicação honestas e empáticas são competências necessárias para o provimento de CP gerais. 25 Além disso, conforme Santos et al, é papel do médico de família e comunidade aliviar o sofrimento das pessoas sob seus cuidados, bem como dar suporte e conforto aos familiares.…”

“…A importância da APS nesse cenário dá-se tanto por ser ela a porta de entrada do sistema e a coordenadora do cuidado quanto por sua proximidade geográfica, cultural e emocional com a família e a comunidade. 4,8 Nesse sentido, o médico de família e comunidade, profissional que atua no âmbito da APS, deve estar, em conjunto com a equipe, apto a identificar e aplicar CP na população sob seus cuidados, principalmente ao considerarmos que há vários aspectos comuns entre esses três elementos, como a abordagem integral do sujeito, o cuidado domiciliar, a longitudinalidade e a coordenação do cuidado. 4,8 Assim, a residência médica em Medicina de Família e Comunidade (MFC), por ser o espaço de formação da especialidade, deve proporcionar conhecimento teórico e vivência prática em CP, de forma a capacitar os médicos para a atuação na APS.…”

“…4,8 Nesse sentido, o médico de família e comunidade, profissional que atua no âmbito da APS, deve estar, em conjunto com a equipe, apto a identificar e aplicar CP na população sob seus cuidados, principalmente ao considerarmos que há vários aspectos comuns entre esses três elementos, como a abordagem integral do sujeito, o cuidado domiciliar, a longitudinalidade e a coordenação do cuidado. 4,8 Assim, a residência médica em Medicina de Família e Comunidade (MFC), por ser o espaço de formação da especialidade, deve proporcionar conhecimento teórico e vivência prática em CP, de forma a capacitar os médicos para a atuação na APS. Dessa forma, o presente estudo propõe-se a avaliar o conhecimento acerca de CP entre médicos de um serviço de saúde comunitária ligado a um Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade (PRMMFC), com o intuito de contribuir para reflexões e qualificar a formação dos médicos de família e comunidade, refletindo também no cuidado aos pacientes.…”

Abordagem familiar sistêmica para o fechamento de vida em cuidados paliativos na Atenção Primária à Saúde

“…9 Em estudo nacional do tipo survey, médicos de família e comunidade foram entrevistados sobre os cuidados paliativos providos na APS. 10 Entre os participantes, 49,4% responderam que nunca ou quase nunca realizam reunião familiar e somente 29,9% discutem diretivas antecipadas de vontade com seus pacientes regularmente; 73,5% nunca ou quase nunca identificam auxílio de profissionais capacitados para o acompanhamento de familiares em processo de luto e 80,4% nunca ou quase nunca receberam auxílio de profissionais capacitados para acompanhamento de impacto psicológico/psiquiátrico.…”

Entre lo que se dice y lo que se calla: visitando el concepto de empatía en la atención integral a la salud del adulto mayor

“…Investigaciones reiteran que el modelo tradicional de atención centrado en la enfermedad, la curación y la rehabilitación, ofrece medidas desproporcionadas y costosas para los servicios de salud, además de que no tiene en cuenta el sufrimiento del paciente y 1 En este texto los autores adoptan la definición de 'actos en salud' propuesta por Emerson E. Merhy (1994), que afirma que "todos: los trabajadores, los usuarios y los gestores de los servicios saben también que, para alcanzar esos fines, el conjunto de actos produce un determinado formato de atención, de diferentes maneras: como actos de acciones individuales y colectivas y como planteamientos clínicos y sanitarios de los problemas de salud; combinan todos los conocimientos y prácticas que intervienen en la construcción de los actos de atención y conforman los modelos de atención sanitaria" (Traducción libre del portugués, p. 1). sus familiares, omitiendo el manejo integral de los síntomas y malestares (6). Lo anterior conlleva a pensar que la atención debe organizarse de forma integrada y los cuidados deben coordinarse a lo largo de la ruta asistencial, en una lógica de red desde la entrada en el sistema hasta el final del cuidado de la vida (3).…”