O objetivo deste estudo foi descrever o histórico de inserção de adolescentes com HIV-AIDS, órfãos por AIDS, na família e em instituições de acolhimento atentando para as vulnerabilidades em saúde circunscritas neste processo. Foi realizada pesquisa qualitativa, mediante levantamento de histórias de vida, através de entrevistas em profundidade junto aos cuidadores, aplicação de formulários para caracterização sócio demográfica e pesquisa documental. Os sujeitos foram 11 adolescentes com HIV-AIDS, órfãos por AIDS, em tratamento num hospital pediátrico terciário na cidade de São Paulo e seus cuidadores. A análise dos dados sócio demográficos se deu através de distribuição de frequência simples e a análise das entrevistas, através de “análise temática”. Abuso de álcool e outras drogas e abandono do tratamento antirretroviral por parte dos pais, fazia parte do histórico familiar pregresso à orfandade dos adolescentes. Sete adolescentes foram inseridos na família extensiva após a orfandade, notadamente para o domicílio dos avós maternos. Quatro adolescentes foram inseridos em instituições de acolhimento e nenhum voltou à convivência familiar após a institucionalização. Os serviços de saúde especializados no tratamento do HIV-AIDS em crianças e adolescentes devem se atentar a maior vulnerabilidade social desses sujeitos, elaborando estratégias de acompanhamento sistemático daqueles que assumem o cuidado dos adolescentes que vivem com HIV-AIDS após a orfandade, sejam eles componentes da família extensiva ou agentes institucionais.