Cuidar de idosos com doença de Parkinson: sentimentos vivenciados pelo cuidador familiar

Abstract

Objetivo: identificar os sentimentos vivenciados pelo cuidador familiar sob a ótica de cuidar de idoso com doença de Parkinson. Metodologia: estudo qualitativo, descritivo-exploratório e transversal, realizado com 20 cuidadores familiares, utilizou-se dois instrumentos, os dados foram tratados segundo a técnica “Discurso do Sujeito Coletivo” proposta por Lefèvre e Lefèvre. Resultados: os sentimentos vivenciados pelo cuidador familiar emergiram em cinco categorias: sobrecarga física e mental; dificuldade de cuidar; não é difícil cuidar; sentimento de impotência; sentimento de tristeza. Conclusões: efetivamente, pensar na relação entre envelhecimento, doença de Parkinson e cuidador familiar requer compreensão, discussão e principalmente ação. O escopo da ação é aproximar o cuidador familiar com os profissionais de saúde e este mostrar mecanismos que auxiliem os membros familiares a encontrar soluções para uma melhor qualidade de vida e relação interpessoal.Descritores: Cuidadores, Doença de Parkinson, Idoso, Envelhecimento, Família.

Qualidade de vida de idosos com doenças crônicas acompanhados pela Estratégia Saúde da Família

“…O estado civil casado pode influenciar na prevalência da satisfação na dimensão da intimidade medida pelo WHO-QOL-OLD, conforme observado nos participantes desse estudo. A importância dessa variável encontra-se na solidez dos relacionamentos duradouros mantidos pelos idosos, geralmente com início na juventude e perdurando por toda transformação da vida até a velhice, além de frequentemente tornarem-se cuidadores uns dos outros, visto a saída dos filhos de casa, as mudanças biopsicossociais e o aparecimento de doenças 24 .…”

“…Além disso, verificou-se uma satisfação dos participantes quanto à faceta do suporte social e apoio pessoal, que pode estar associado ao fato de a maioria dos idosos morarem com o cônjuge, que geralmente é outro idoso. No entanto, isso fragiliza o autocuidado com a saúde, pois no Brasil existe a tendência do aumento do número de idosos cuidadores de outros idosos 24 .…”

Perfil sociodemográfico dos cuidadores-familiares de idosos com Doença de Parkinson: pré-requisito para construção de um guia instrucional singular

“…A transição da família no participar do declínio da saúde de um membro que é portador de DP repercute no sofrimento psíquicos e até a morte, do dependente. Portanto, o ato de cuidar, deste idoso com DP, na dinâmica familiar, acabo por levar a estresses, pois é eleito um cuidador, dentro do contexto familiar, para que possa auxiliar ou até substituir funções pessoais, que a DP ocasiona; e com isto, este cuidador, é privado de sua liberdade por adquirir um papel importante, neste contexto, mas acaba por apresentar alterações em sua saúde física, mental e emocional (Pizzetti et al, 2022;Reis et al, 2019).…”

“…Há relatos que a transição não ocorre somente com o idoso incapacitado, mas para a família também, após a confirmação do diagnóstico que tem uma significância na irreversibilidade do estado da DP, que traz para o papel fundamental, o cuidador-familiar, que na maioria dos casos são as mulheres. Ainda faz referência que tais mulheres apresentam uma relação com o idoso familiar com DP, tais como, a esposa, filhas, irmãs ou até outro parentesco consanguíneo (neta ou sobrinha), que geralmente são solteiras e desempregadas convivente com a incapacidade daquele idoso (Reis et al, 2019;Nunes et al, 2019;Moraes et al, 2022).…”

Processo de transição do familiar para o papel de cuidador familiar de um idoso dependente

“…(14) A quarta intervenção evidenciada é a reestruturação do cuidado como uma "tarefa familiar", que se destaca como fundamental nesse processo, (30) através da valorização do conhecimento e verificação das limitações dos cuidadores, contribuindo assim para minimização de sobrecarga e de outros eventos adversos. (19) A quinta intervenção é o auxílio aos familiares no reestabelecimento do equilíbrio psicossocial, (16) a partir da construção de rede de suporte social, (36,37) estímulo ao início ou aumento na frequência de busca da religiosidade/ espiritualidade, prestação de orientações de técnicas de relaxamento, comunicação, gerenciamento de conflitos intrafamiliares e tomada de decisão. (27) Diante da Teoria das transições, observa-se que a mesma orienta o enfermeiro a descrever necessidades dos cuidadores no processo transicional, por meio de uma visão ampla, com promoção da saúde e prevenção de agravos, ao considerar os condicionantes facilitadores e inibidores no processo de transição.…”