A Amazônia brasileira, com sua vasta extensão e fragmentação geográfica de vegetação densa e subdividida por rios, apresenta desafios únicos para a prestação de serviços de saúde. Por isso, o objetivo deste trabalho foi descrever a importância da implantação de farmácias vivas nas comunidades interioranas do estado do Amazonas, e como esse conhecimento é utilizado na promoção da saúde nessas comunidades. Para isso, a metodologia utilizada foi realizar atividades como rodas de conversa junto às populações ribeirinhas e indígenas localizadas nas áreas florestais adjacentes ao município de Coari, visando ensinar a identificação, a correta metodologia de preparo do fitomedicamento caseiro, bem como as dosagens e indicações corretas. Estas comunidades foram escolhidas justamente devido ao fator de isolamento geográfico no período das secas, o que os impede de chegar a este município, onde podem ter acesso à hospital, Unidades Básicas de Saúde, Policlínicas e medicamentos e, por isso, o conhecimento tradicional repassado durante a realização deste trabalho pode melhor muito a qualidade de vida destas populações e, até mesmo, tornar-se vital para elas. Durante este trabalho, também foi realizado o plantio de diversas plantas medicinais em uma horta denominada de farmácia viva, da qual toda a população poderia fazer uso gratuito. Como resultado, as farmácias vivas tornaram-se uma solução viável para melhorar a saúde dessas populações. Com isso, pode-se averiguar a importância do conhecimento tradicional sobre plantas medicinais nas comunidades ribeirinhas e indígenas do Amazonas e como a integração desse conhecimento com a prática clínica é fundamental para promover a saúde e o bem-estar das comunidades isoladas.