Resumo
Objetivo O objetivo primário do presente trabalho é avaliar os resultados funcionais de uma modificação na transferência do grande dorsal no ombro para o tratamento de lesões póstero-superiores irreparáveis do manguito rotador. O objetivo secundário é avaliar as variáveis que podem influenciar os resultados.
Técnica cirúrgica Por meio de uma única abordagem deltopeitoral, o tendão do músculo grande dorsal é desinserido reforçado e alongado com um enxerto tendíneo homólogo, transferido para o úmero e fixado em posição superolateral ao tubérculo maior e anterior ao músculo subescapular.
Métodos Avaliação funcional retrospectiva de 16 casos. O período médio de acompanhamento foi de 21 meses (12–47 meses). Os resultados pós-operatórios (no último acompanhamento) foram comparados aos pré-operatórios, bem como a outras variáveis pré, intra e pós-operatórias.
Resultados Todos os pacientes ficaram satisfeitos (exceto um). A pontuação média da University of California, Los Angeles (UCLA) aumentou de 11,6 (8–16) para 27,3 (17–30) (p < 0,001). A dor, a função e a força do ombro apresentaram melhora estatisticamente significativa (p < 0,001). A força, porém, não voltou ao valor normal. A amplitude de movimento ativa média apresentou as seguintes melhoras: elevação frontal, de 106° (60–140°) para 145° (130–160°) (p < 0,001); rotação externa, de 30° (0–60°) para 54° (40–70°) (p < 0,001); e rotação interna, de L1 (glúteo a T7) para T10 (T12–T3) (p < 0,05). Nenhuma complicação foi observada. A pseudoparesia pré-operatória foi revertida em todos os seis casos em que foi observada. Nenhuma das variáveis analisadas influenciou os desfechos, nem mesmo a pseudoparesia.
Conclusões A curto prazo essa técnica é segura e eficaz na recuperação da pseudoparesia e na melhora da dor, da função e da força do ombro.