Da decisão à vivência da cesariana: a perspectiva da mulher

Abstract

Objetivo: descrever o processo de decisão da mulher primípara pela via de nascimento, compreendendo a vivência da cesariana pela mesma. Método: trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva, com abordagem qualitativa. As participantes foram dez puérperas primíparas que vivenciaram a cesariana. Na coleta de dados, utilizou-se a técnica de entrevista aberta com posterior análise temática, aplicando a técnica Laurence Bardin. Resultados: Foram levantadas duas categorias: A decisão pela via de nascimento e o momento da cesariana. Na primeira, foi possível perceber que a maioria das mulheres já chega ao consultório decidida sobre a via de nascimento, no entanto, nem todas conseguiram prosseguir com a escolha inicial. Na segunda, retrata-se como foi vivenciar a cesariana, estando a mulher amparada pelos entes queridos e apoiada pelos profissionais de saúde. Conclusão: Ressalta-se a importância de a equipe de saúde atuar efetivamente no compartilhamento de informações e na construção do vínculo, desde o pré-natal até o puerpério, em que a mulher exerce o real protagonismo do parto.

Fatores que influenciam a via de parto no Brasil

“…According to Freitas et al 23 , 74.7% of women over 40 years of age underwent caesarean section. Paiva et al 24 corroborates these data by showing that 61.2% of women over 35 years old underwent elective caesarean section.…”

“…Pádua et al 27 and Zaiden et al 21 found, respectively, a 5 and 6 times higher prevalence of caesarean sections in women with a previous caesarean section, compared to vaginal delivery in the previous pregnancy. Paiva et al 24 show that 78.7% of women with previous abdominal delivery had an elective caesarean section and this number fell to 35.8% in women without a previous caesarean section.…”

Parto cesáreo no Brasil: prevalência, indicações e riscos acarretados para o binômio mãe e filho

“…Segundo Paiva et al (2019) a realização da cesárea de forma indiscriminada, pode acarretar diversas consequências para a mãe e o bebê, estando também associada à uma maior morbimortalidade materna e fetal, todavia, se realizada por meio de uma indicação correta, essa via de nascimento pode ser benéfica para o binômio mãe e filho. Estando dentre as principais indicações da via de nascimento cirúrgica: a Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), placenta prévia e acretismo placentário.…”

“…Paiva et al (2019) nos últimos anos, é possível observar uma significativa elevação nas taxas de realização de cesarianas, sendo o Brasil indicado como uma das nações que apresenta maiores taxas no mundo, de maneira que 52% dos nascimentos acontecem por via cirúrgica, com um cenário ainda pior se tratando do setor privado, onde esse número chega a 88%, o que contraria as recomendações da OMS.De acordo com Salgado (2012) e Silva (2013) as mulheres tem preferência pela cesariana, por medo do parto vaginal, visto como motivo de dor e sofrimento; do próprio desempenho no trabalho de parto e pela falsa ideia de que a via vaginal representaria um maior comprometimento na autonomia e fisiologia da vagina. Travancas e Vargens (2020) associam ainda às elevadas taxas de cesarianas, o fato das mulheres terem receio das possíveis complicações e riscos durante o parto normal que equivocadamente acreditam serem maiores que na cesariana.…”

Parto vaginal após cesárea: percepções da mulher

“…Um estudo sobre preferência da via de parto realizado na cidade de São Paulo apresentou uma proporção de preferência pela cesárea de 15,6%, sendo esse valor mais elevado em mulheres com cesárea prévia (29,4%) (Domingues et al, 2014). Observa-se que a opção da mulher pela cesárea é associada ao medo de não suportara dor, de não conseguir parir e até mesmo de morrer durante o parto vaginal, sendo esta via de parto considerada perigosa por muitas mulheres (Paiva et al, 2019).…”