A Hipótese de Eficiência do Mercado (HME) desenvolvida por Fama (1970, 1991) afirma que em sua forma semiforte, os preços se ajustam instantaneamente a qualquer informação relevante divulgada publicamente. Partindo deste pressuposto, o estudo teve como finalidade verificar o comportamento dos acionistas da Vale S.A, frente aos rompimentos das barragens de rejeitos, motivados por irregularidades da empresa. O primeiro evento ocorreu em 05 de novembro 2015, na cidade de Mariana (MG), e o segundo evento em 25 de janeiro de 2019, na cidade de Brumadinho (MG). O objetivo principal é investigar se as catástrofes causaram impactos negativos e significativos nos retornos da ação preferencial da Vale S.A, imediatamente após os eventos, buscando identificar se o mercado de capitais apresentou a eficiência informacional na forma semiforte. Para este efeito, foi utilizada a metodologia de estudo de evento, a qual avalia os retornos anormais dos ativos em relação ao índice de referência do mercado. A coleta dos dados deu-se por meio das séries históricas disponibilizadas no site Economatica. As análises dos retornos nos períodos analisados (60 dias antes e após) mostraram-se significativas apenas para o segundo rompimento. Tais resultados trazem contribuições para um melhor nível de compreensão acerca das reações dos investidores ante tais tragédias ambientais e sociais, permitindo entender o nível de eficiência do mercado de capitais brasileiro.