ResumoO propósito deste trabalho foi verificar a ocorrência de fissuras labiopalatais em pacientes atendidos no Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS) em 15 anos. Foram analisados dados quanto ao sexo e tipo de fissura verificando-se que 50,38% dos pacientes eram do sexo masculino e que 80% dos casos apresentaram fissura transforame. Relacionando as variáveis, é notória a prevalência do sexo feminino nas fissuras pós-forame (62%) e fissuras pré-forame unilateral direita (87,5%). Confirmando relatos da literatura, houve uma leve predileção pelo sexo masculino, a fissura transforame foi a mais prevalente e o lado esquerdo foi o mais acometido. Os pacientes fissurados necessitam de um uma equipe multi e interdisciplinar no diagnóstico, planejamento e proservação do caso.Palavras-chave: fenda labial; fissura palatina; prevalência.
AbstRAct
Prevalence of cleft palate in a hospital of reference in northeastern of Brazil
IntroduçãoA s malformações do crânio e da face constituem uma importante categoria dentre os defeitos congênitos, pois comprometem as funções estomatognáticas do indivíduo, como fonação, sucção, mastigação, deglutição e respiração. Dentre essas malformações, as fissuras labiopalatinas são consideradas as alterações de face mais frequentemente estudadas nas últimas décadas, em razão de sua grande incidência, especialmente no Brasil, onde a ocorrência é de 1:673 nascimentos (1, 2).As fissuras labiopalatinas são deformidades congênitas que acometem o terço médio da face e possuem seu mecanismo de formação explicado por meio da Embriologia. Nessa anomalia, ocorre uma sequência de alterações no desenvolvimento e/ou da maturação dos processos embrionários entre a sexta e a oitava semana de vida embrionária, quando acontece a falta ou a insuficiência da fusão dos processos nasais com os processos maxilares e estes entre si (3).A etiologia das fissuras labiopalatinas é bastante complexa por ser de ordem multifatorial, envolvendo a participação de fatores genéticos e ambientais, principalmente os fatores teratogênicos, que atuam no período relevante do desenvolvimento embrionário humano (3). Na maioria das vezes, quando a etiologia é de origem genética, as fissuras labiopalatinas vêm acompanhadas de síndromes ou são consequências destas (4).A forma de apresentação das fissuras labiais e fendas palatinas é bastante variável, sendo necessário classificá-las em grupos. No Brasil, a classificação mais adotada é a proposta por SPINA et al. (5) e tem como ponto de referência o forame incisivo. Dessa forma, podem-se classificar as fissuras labiopalatinas em três grupos: fissura pré-forame incisivo unilateral (direita ou esquerda) ou bilateral; fissura transforame incisivo unilateral (direita ou esquerda) ou bilateral e fissura pós-forame incisivo (6,7,8).O propósito deste trabalho foi verificar a ocorrência de fissuras labiopalatais em pacientes atendidos pelo Núcleo de Atendimento ao Paciente Fissurado (NAIF) no Hospital Infantil Albert Sabin, no período de 1998 a 2013. Foram levantados dados quanto ao sexo e tipo de...