Os efeitos nocivos no ambiente e nos seres humanos dos pesticidas e adubos sintéticos utilizados na agricultura têm estimulado a adoção de métodos menos agressivos de proteção e nutrição de plantas. Uma alternativa para reduzir ou substituir o uso destes produtos sintéticos é o uso de microrganismos, os quais apresentam menores impactos se comparados aos produtos químicos. Atualmente há registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento muitos produtos microbiológicos/bioprodutos, entre eles 38 acaricidas, 5 bactericidas, 66 fungicidas, 242 inseticidas e 46 nematicidas. Alguns desses são utilizados também como inoculantes e/ou estimuladores do crescimento de plantas. O gênero de bactérias Bacillus é o princípio ativo de muitos destes bioprodutos. Este gênero é constituído de bactérias Gram positivas, pertencentes ao filo Firmicutes. Além de apresentar multiplicidade de mecanismos de importância agrícola, se difere de muitos gêneros de bactérias por formar endósporos. As espécies de Bacillus possuem um papel importante no controle biológico. Além disso, algumas destas bactérias estimulam o crescimento vegetal pela melhoria da nutrição, solubilização de fosfato e liberação de hormônio vegetais. Atualmente, diversas instituições públicas e privadas estão investindo no desenvolvimento de bioprodutos com o gênero Bacillus, demandando mais pesquisas e informações sobre estas bactérias. Neste capítulo será apresentado uma visão geral sobre os bioprodutos agrícolas brasileiros que possuem as bactérias do gênero Bacillus como princípio ativo, sua aplicação e perspectivas na agricultura.Palavras-chaves: produtos biológicos controle biológico, nutrição de plantas, sustentabilidade.
IntroduçãoO Brasil é um país com grande potencial de produção agrícola devido a sua extensão territorial e variedade de paisagens e clima. O agronegócio representa 26,6% do PIB no país e tem grande participação na produção global de alimentos, produzindo e exportando commodities agrícolas (CEPEA, 2021).No entanto, a produção agrícola brasileira, em sua maioria, é dependente da