Danos mecânicos associados a patógenos e desempenho de sementes de milho

Abstract

As danificações provocadas nas sementes por operações mecanizadas realizadas durante a produção podem atuar negativamente na qualidade do material obtido. Essa redução qualitativa, segundo a literatura específica, pode ser agravada quando a injúria interage com microrganismos presentes na superfície das sementes ou no solo, por ocasião da semeadura. Dessa forma, o presente trabalho, realizando inoculações de patógenos e injúrias nas regiões da calota endospermática, do ápice do escutelo e da camada negra em sementes de milho (Zea mays L.), objetivou verificar as relações existentes entre as danificações mecânicas, a presença de microrganismos e o desempenho das sementes. Após a realização de testes sanitários e fisiológicos, concluiu-se que as danificações, particularmente quando Aspergillus sp. e Fusarium moniliforme se encontram presentes nas sementes, promovem prejuízos qualitativos progressivos à medida que se aproximam do embrião. Quando comparadas entre si, as interferências negativas de Aspergillus sp. e de F. moniliforme são mais evidentes do que as de Penicillium sp.

Injúrias mecânicas em sementes de milho doce

“…Assim, em milho doce, mesmo que ocorra aumento do percentual de sementes com injúrias no pericarpo em função dos impactos, o eixo embrionário pode permanecer intacto. Informações da literatura enfatizam que as injúrias mecânicas são prejudiciais à qualidade da semente quando ocorrem próximas do eixo embrionário (WORTMAN, RINKE, 1951;CARVALHO, NAKAGAWA, 2000;CICERO, SILVA, 2003) onde também há aumento dos riscos do desenvolvimento de patógenos (TUITE et al, 1985 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula dentro de cada coluna e mesma letra maiúscula dentro de cada linha não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05)…”

“…As relações entre a ocorrência de injúrias mecânicas em sementes e os efeitos sobre a sua qualidade tem sido frequentemente examinadas por vários pesquisadores (HALL, JOHNSON, 1970;ARAUJO et al, 1986;BORBA et al, e 1995CICERO et al, 1998;ANDRADE et al, 1999;ARAÚJO et al, 2002;CICERO e SILVA, 2003;OLIVEIRA et al, 2005 das sementes foi realizada seguindo a definição das classes alto (IV = 800 a 1000), médio (IV = 600 a 799), baixo (IV = 400 a 599) e muito baixo (IV = abaixo de 400).…”

“…Também, permitiu relacionar a anatomia de sementes com a germinação ou morfologia das plântulas (van der BURG et al, 1994;BATTISTI et al, 2000;MACHADO, 2002;OLIVEIRA, CARVALHO, DAVIDE, 2003;MONDO, CICERO, 2005), identificar injúrias por umidade (OBANDO FLOR et al, 2004) e por percevejo (OBANDO FLOR et al, 2004;PINTO et al, 2009) em sementes de soja e injúrias mecânicas em sementes (LEON et al, 1986;CICERO et al, 1998;CARVALHO et al, 1999;CICERO, BANZATTO JUNIOR, 2003;GIRARDIN, CHAVAGNAT, BOCKSTALLER, 2003;OBANDO FLOR et al, 2004;PINTO et al, 2009).…”

“…A ocorrência de injúrias mecânicas em sementes endospermáticas, como as de milho, tem sido frequentemente avaliada por meio dos testes de verde rápido (KELLER et al, 1972;PETERSON, PERDOMO, BURRIS, 1995;MENEZES, LERSCHI JUNIOR, STORCK, 2002) e de solução de amaranto (OLIVEIRA et al, 1998;BRANDAO JUNIOR et al, 1999;FESSEL et al, 2003) ou de iodo (NASCIMENTO, PESSOA, BOITEUX, 1994;OLIVEIRA et al, 1998;BRANDAO JUNIOR et al, 1999;CICERO, SILVA, 2003;MARCHI et al, 2006). Entretanto, estes métodos, além de serem destrutivos, não permitem evidenciar com precisão as injúrias diretamente relacionadas com as anormalidades nas plântulas ou com a morte dos embriões (CICERO et al, 1998;CICERO, BANZATTO JUNIOR, 2003).…”

“…Entretanto, estes métodos, além de serem destrutivos, não permitem evidenciar com precisão as injúrias diretamente relacionadas com as anormalidades nas plântulas ou com a morte dos embriões (CICERO et al, 1998;CICERO, BANZATTO JUNIOR, 2003). Isso ocorre porque além de não identificarem injúrias internas na semente, não consideram a extensão e a localização das injúrias localizadas externamente (CICERO et al, 1998).…”