Em dezembro de 1978, uma disputa interestatal militarizada quase provocou uma guerra entre o Chile e a Argentina. A motivação dessa divergência era, fundamentalmente, a posse de algumas ilhotas e sua correspondente projeção marítima no extremo sul do continente americano – isto é, as fronteiras marítimas, bem como o assim chamado princípio da divisão bioceânica Atlântico-Pacífico entre ambos os países. O momento mais dramático do conflito aconteceu entre 12 e 22 de dezembro. E somente a providencial intervenção de uma terceira parte, neste caso do papa João Paulo II, evitou uma tragédia de grandes proporções no Cone Sul. Neste contexto, o presente artigo propõe-se explorar as percepções, interpretações e iniciativas brasileiras diretamente vinculadas à crise argentino-chilena. O manuscrito é resultado de pesquisa em história das relações internacionais. Documentação primária foi coletada no Arquivo Nacional – Coordenação Regional no Distrito Federal – e no Arquivo do Ministério das Relações Exteriores; ambos os arquivos localizados em Brasília, Distrito Federal.