Resumo A tecnologia tem impactado o mundo de formas diversas. Assim, não é de surpreender que a Arqueologia e a Conservação-Restauração, nas últimas décadas, tenham experimentado mudanças no que diz respeito às teorias, metodologias e técnicas. Essas mudanças permitiram ‘novas’ possibilidades para, em certa medida, facilitar e aperfeiçoar as pesquisas e a preservação dos materiais recuperados; porém, ao mesmo tempo, é preciso lidar com os ‘novos’ problemas e desafios que as mudanças trazem. Na nossa perspectiva, como será evidenciado neste artigo, buscamos um equilíbrio entre esses extremos (os benefícios e os problemas das novas tecnologias), refletindo sobre os usos dessas tecnologias. Nós as entendemos como ferramentas que podem ser utilizadas no trabalho cotidiano, mas que, ao mesmo tempo, afetam diretamente a investigação; assim, em uma relação de natureza dialética, as novas tecnologias impactam as pesquisas e os pesquisadores. Para exemplificar essa discussão, serão apresentadas algumas reflexões teórico-metodológicas relativas à aplicação de tecnologia 3D em pesquisas, extensão, conservação-restauração no âmbito do projeto “Paisagens em branco: Arqueologia Antártica”, coordenado pelo Laboratório de Estudos Antárticos em Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (LEACH-UFMG).