“…Cabe referir que, embora a história da sociologia portuguesa se revele bastante singular, existem traços comuns com o observado noutros países (Llavador, 2014;Larsson e Magdalenic, 2015;Diez, 2017;Fernández-Esquinas, 2019;Siza, 2019;Borghini, 2020), entre os quais: a forte associação entre o desenvolvimento da profissão e as transformações sociais, políticas e económicas que têm marcado a modernidade, como a expansão do estado-providência e da sociedade civil; os desafios a este movimento, nas últimas décadas, resultantes de políticas de corte neoliberal ou até "iliberal", em alguns países; as pressões para a especialização interna e a pluralidade de representações internas da disciplina (frequentemente animada por rivalidades entre sociólogos e entre instituições); uma certa dificuldade em entender a sociologia simultaneamente enquanto ciência e profissão; ou a sua relação complexa com a difusão recente de formações mais "funcionais" e orientadas para o mercado de trabalho. Estas questões poderão ser vistas como sintomas de uma identidade sempre em crise, mas também de disposições "autorreflexivas" próprias da modernidade e que promovem a vitalidade desta área científica e profissional.…”