As formigas possuem elevada riqueza de espécies, ocupando níveis tróficos diversos, além de possuírem múltiplas interações com outros organismos e comportamento eusocial. Estudos comparados da morfologia interna das subfamílias de formigas contribuem para a compreensão de sua filogenia e evolução. As formigas possuem uma gama de glândulas exócrinas, as quais produzem e armazenam secreções e as colocam para fora do corpo de forma controlada, dentre elas, as glândulas metapleurais são exclusivas destes insetos, sendo considerada uma sinapomorfia de Formicidae. Assim, o conhecimento da morfologia da glândula metapleural nas espécies de formigas é fundamental para compreensão da origem da eusocialiedade destes insetos. O presente estudo comparou a morfologia e volatilômica das glândulas metapleurais de Paraponera clavata (Paraponerinae), Pachycondyla crassinoda (Ponerinae) e Atta sexdens (Myrmicinae) que possuem diferentes estilos de vida, contribuindo para a compreensão de aspectos evolutivos e comportamentais das formigas. As glândulas metapleurais foram analisadas com microscopia de luz e cromatografia de fase gasosa acoplada com espectrometria de massas. Os resultados revelaram que a anatomia das glândulas metapleurais de P. clavata e P. crassinoda possuem poucas diferenças em relação ao tamanho, forma, coloração, além de apresentarem uma diferença em relação ao orifício da abertura da glândula. A histologia e histoquímica das glândulas metapleurais das três espécies são semelhantes ao encontrado em outras espécies de formigas. Os resultados mostram que o número de células e o tamanho do reservatório são maiores na espécie arborícola, P. clavata, e menor em P. crassinoda e A. sexdens com hábitos terrestres. Apesar de A. sexdens possuir menores número de células, área celular e reservatório, a glândula apresenta alta taxa de atividade metabólica, enquanto P. crassinoda possui um número de células maior que A. sexdens, e apresenta menor atividade metabólica, mas possui a mesma capacidade de secreção de substâncias. Provavelmente o tamanho da glândula e atividade metabólica P. clavata, P. crassinoda e A. sexdens está associada à sua interação com microrganismos patogênicos. Os compostos químicos identificados nas glândulas metapleurais de P. clavata e P. crassinoda indicam sua natureza antimicrobiana, além de demostrar que as duas espécies possuem químicos semelhantes. Alguns compostos identificados neste estudo são o primeiro registro para as formigas, ou para os insetos, tais como Dodecane, n-Docosanol, Heptadecano 9-hexil- , Tetracosano 11-decil- e Decano. Em conclusão, os aspectos morfológicos possuem algumas diferenças, demostrando que o estilo de vida destes indivíduos são provavelmente o fator decisivo, além de demostrar a semelhança química em P. clavata e P. crassinoda. Palavras-chave: Células. Compostos químicos. Morfometria. Atividade Antimicrobiana.