A qualidade das decisões estratégicas dos empresários está diretamente relacionada à capacidade que eles demonstram para encontrar alternativas criativas quando enfrentam os problemas de suas empresas. Essas alternativas podem ser geradas intuitivamente, utilizando heurísticas. As pesquisas sobre geração de alternativas têm indicado consistentemente que as pessoas não são eficientes nessa atividade. As explicações para esse fato, contidas na literatura sobre decisão, não são conclusivas e permitem especulações a respeito. Para explorar essa questão e relacioná-la ao administrador brasileiro, foi idealizado um experimento com 174 alunos de quatro cursos de MBA para avaliar a originalidade e a completude das alternativas. O experimento e a respectiva análise basearam-se na confluência da pesquisa experimental, oriunda da psicologia cognitiva da decisão, com as visões da ciência da decisão organizacional tradicional e o novo campo de estudo das decisões intuitivas ou naturalísticas. Para mensurar a criatividade das alternativas apresentadas durante o experimento, empregou-se o conceito de árvore hierárquica, que demonstrou ser uma poderosa ferramenta para a tipologia de alternativas. O resultado desse experimento confirmou o baixo desempenho em geração de alternativas dos gerentes e, ao mesmo tempo, indicou que, provavelmente, a etapa de geração de alternativas isolada da etapa de escolha pode melhorar a qualidade das alternativas. A heurística, por sua vez, não demonstrou influenciar o conjunto de alternativas geradas.