Decisões estratégicas e informação: sensemaking organizacional como abordagem alternativa

Abstract

O objetivo deste trabalho é estabelecer uma relação entre informação, decisão estratégica e sensemaking organizacional. Muitos são os estudos sobre o processo decisório nas organizações que estabelecem uma relação entre informação e decisão. A maior parte utiliza a abordagem racional. Este artigo procura demonstrar as limitações da abordagem racional e caminhar para uma abordagem alternativa, baseada da teoria de sensemaking, que concebe a informação dentro da dimensão humana. Por meio de uma revisão das abordagens sobre o processo decisório e informação, propõe uma relação entre decisão estratégica e informação na perspectiva do sensemaking organizacional desenvolvida por Karl Weick, como abordagem alternativa. Conclui argumentando que uma decisão estratégica se inicia somente quando a informação faz sentido, ou seja, quando através de um processo de interação humana produz um significado que dá sentido à ação.

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“…Em um estudo sobre o processo decisório e informação, Leitão & Nassif (2009) propõem uma relação entre decisão estratégica e informação na perspectiva do sensemaking organizacional. A teoria de sensemaking permite relacionar informação e processo decisório dentro da dimensão humana, em que a informação não é somente um conjunto de dados sobre os quais são feitas análises, mas sim é a matéria bruta de que se dispõe para construir a realidade.…”

“…Ademais, Leitão & Nassif (2009) consideram que, para a tomada de decisões estratégicas, é preciso atribuir significado ao contexto organizacional, e esse processo de criação de significado está relacionado ao sensemaking organizacional. Então, é possível estabelecer uma relação entre contexto, significado, processo de formação de sentido das informações e tomada de decisões estratégicas nas organizações, conforme ilustra a Figura 2.…”

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“…De acordo com Daft e Weick (1984) a organização pode ser vista como um sistema de interpretação do ambiente. É dessa forma que, havendo necessidade de entender o que está acontecendo no ambiente, que mesmo sem ter procedimentos sistemáticos de busca e análise de informações, as organizações constroem um sentido para as informações que recebem por meio de dos executivos do nível estratégico (Leitão & Nassif, 2009). Nesse sentido, o estudo de Maitilis, Vogus e Lawrence (2013) mostra que a criação de sentido transcorre das emoções e relações que permeiam os eventos dessas organizações.…”

“…A empresa pode ser vista como um sistema de interpretação do ambiente (Daft & Weick, 1984). Dessa forma, ao monitorá-lo, é possível entender o que está acontecendo e, através de processos de busca e análise de informações, construir sentido para as mesmas (Leitão & Nassif, 2009). Esta percepção do ambiente e busca pelo entendimento dos movimentos é parte de processos de inteligência estratégica (Blanck & Janissek-Muniz, 2014), e permite que, por meio da coleta de informações pertinentes, seja possível interpretar o ambiente em ciclos de criação de sentido.…”