Decontextualisation of Street Art

Urban Art touristification: The case of Lisbon

“…What is commonly referred to as Urban Art has its most remote origin in a set of social dynamics and aesthetic expressions, markedly informal, disruptive and ephemeral, which have been amply documented in specialist literature (Campos, 2013, 2015; Castleman, 1982; Cooper and Chalfant, 1984; Ferrell, 1996; Lewisohn, 2008; Macdonald, 2001; Waclawek, 2011). The more recent literature has been describing a somewhat radical change in this situation, consisting of a growing legitimation, commodification and artification of these urban expressions (Austin, 2010; Bengtsen, 2014; Campos, 2015; Evans, 2016; Kramer, 2010; Schacter, 2014).…”

“…This is a fact that entails a move of many such artists into the art market and their admission into the world of official art. For this reason, it becomes important to highlight the hybrid nature of this artistic field, its capacity for artistic intervention and production, oscillating between the realms of the street and the art gallery (Bengtsen, 2014; Dickens, 2010; Lewisohn, 2008; Schacter, 2014; Waclawek, 2011).…”

Entre VHILS e os Jerónimos: arte urbana de Lisboa enquanto objeto turístico

“…O graff iti urbano, surgido no fi nal da década de 1960 nos EUA e que se expandiu por todo o globo está largamente documentado na literatura especializada (Campos, 2010(Campos, , 2013Castleman, 1982;Cooper;Chalfant, 1984;Ferrell, 1996;Lewisohn, 2008;Macdonald, 2001). Algo que a literatura mais recente também tem vindo a descrever é uma alteração de certa forma radical desta situação, com uma crescente legitimação, institucionalização e mercantilização destas expressões urbanas informais (Austin, 2010;Bengtsen, 2014;Campos, 2015;Kramer, 2010;Schacter, 2014;Sequeira, 2016a;Waclawek, 2011). Para tal em muito contribuiu o fenómeno de artifi cação (Shapiro, 2012) do graff iti e de algumas intervenções de rua informais.…”

“…Aquilo que transmite unidade e coerência a este movimento artístico é que ele surge e ganha visibilidade no espaço público urbano, facto que determina que seja frequentemente denominado como uma arte de rua. Todavia, como diversos autores têm feito notar (Bengtsen, 2014;Sequeira, 2018Sequeira, , 2019Sequeira, 2016b), a rua deixou de ser o campo exclusivo de ação destes atores, sendo que a galeria e o mercado da arte são, cada vez mais, campos relevantes para a construção de carreiras. É neste sentido que Banet-Weiser (2011) considera a arte urbana como um exemplo atual da "cultura de convergência", no sentido em que há diversos fatores, entidades, atores e sectores que contribuem para os processos de transformação a que tem vindo a ser sujeita: legitimação, artifi cação, turistifi cação, etc.…”

“…Se alguns não veem nos tours uma atividade que ameace a integridade do seu trabalho enquanto artistas, outros não a consideram de todo uma atividade bem-vinda. 14 Esta situação também já tinha sido relatada por Bengtsen (2014), que destaca as ambiguidades que rodeiam o turismo de arte urbana, pelo facto de institucionalizarem e mercantilizarem algo que é de natureza informal, democrática e espontânea. Os próprios guias têm a noção desta ambivalência e dos impactos que a sua atividade pode ter na cidade e na prática dos artistas:…”