Paraty é um município de patrimônios naturais, históricos e culturais, que lhe renderam o título de Patrimônio Mundial como Sítio Misto, mas que não possibilita que todas as pessoas possam visitá-lo de forma autônoma e segura. A investigação que originou este artigo teve como objetivos reconhecer as barreiras que prejudicam a mobilidade de pessoas com deficiência (PCDs) no Centro Histórico (CH) de Paraty e arredores, bem como analisar se há um paradoxo entre tombamento de patrimônio e acessibilidade. A partir de uma pesquisa qualitativa exploratória de base etnográfica, foram realizadas observações diretas em campo, o acompanhamento da experiência turística in loco de uma pessoa com deficiência física e entrevistas, com roteiro semiestruturado, com agentes sociais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e da Gestão Pública Municipal. Além disso, foram examinados documentos e legislações acerca da acessibilidade daquela cidade. Conclui-se que, devido às diversas barreiras estruturais e a ausência de ações do poder público, Paraty, uma cidade extremamente turística, não proporciona acessibilidade plena às PCDs. Pretende-se com este trabalho contribuir para a discussão sobre a inclusão das PCDs na sociedade, mostrando a importância da acessibilidade no desfrute de experiências turísticas nos destinos desejados.