O trabalho em saúde é constituído de diversas especificidades e requer profissionais com habilidades técnicas e conhecimentos científicos para a prática segura. Os profissionais da saúde, durante suas atividades diárias nas instituições de saúde, estão expostos aos riscos ocupacionais, como, por exemplo, os aparelhos emissores de radiação ionizante. A exposição à radiação ionizante, incluindo a exposição associada ao uso de equipamentos de raios-x, é considerada um risco ocupacional do tipo "risco físico" ou "risco químico", dependendo da natureza específica da exposição. Esse tipo de risco pode ser mitigado por meio de medidas de proteção adequadas, como o uso de equipamentos de proteção individual, monitoramento da dose de radiação recebida pelos trabalhadores e práticas operacionais seguras. O objetivo deste estudo foi analisar o que os profissionais de saúde entendem sobre proteção radiológica e como essa temática é desenvolvida no cotidiano da prática assistencial de uma unidade cirúrgica de um hospital universitário na região sul do Brasil. O estudo apresenta abordagem qualitativa, do tipo exploratória. O local escolhido para o estudo foi uma unidade cirúrgica de um hospital universitário da região sul do Brasil. Os participantes foram os profissionais que atuavam diretamente na assistência, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos e auxiliares de enfermagem, totalizando 50 participantes. O estudo articulou critérios de intencionalidade e conveniência. Foram utilizados instrumentos para coleta dos dados, sendo eles entrevista, observação e análise documental. Os dados foram organizados de acordo com análise de conteúdo e com o auxílio do software para pesquisa qualitativa Atlas.ti, versão 9. A pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, parecer n. 5.046.446. Dos resultados, foi possível a construção de três categorias mais significativas: entendimento da radiação ionizante e da proteção radiológica; entendimento das normativas de proteção radiológica; e atividade prática no ambiente de trabalho da unidade cirúrgica. Tornaram-se evidentes: as desinformações referentes à legislação sobre proteção radiológica; a fragilidade no entendimento sobre radiação ionizante; e a carência de educação e treinamento à proteção radiológica. Conclui-se que a cultura de proteção radiológica na unidade cirúrgica do hospital universitário é latente. A pesquisa permitiu propor estratégias que podem potencializar a cultura de proteção radiológica na unidade cirúrgica.