Este artigo aborda as populações indígenas no município de Altamira, Estado do Pará, com ênfase em sua presença nas áreas urbanas e, principalmente, na sede municipal. O objetivo é compreender os movimentos e dinâmicas destas populações com relação aos dados produzidos sobre/por elas. Para tanto, utilizaram-se informações de campo, dos Censos Demográficos de 2000 e 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e aquelas provenientes de levantamentos visando a identificação de indígenas na cidade para atender à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Procurou-se captar os processos pelos quais a população indígena passou e passa, com destaque para as ameaças provocadas pela usina e por forças políticas que têm colocado esta população em risco. Os resultados apontam para uma presença crescente no meio urbano, principalmente de populações das etnias Juruna, Kuruaya e Xipaya que pareciam ter diminuído significativamente, mas passaram por um processo de recuperação demográfica na cidade associado a um movimento político de articulação em torno de sua identidade étnica a partir dos anos 1990.Palavras-chave: População indígena. Cidade. Amazônia. Altamira. * Os autores agradecem aos pareceristas e ao Comitê Editorial da Rebep pelas valorosas contribuições para o aprimoramento deste trabalho.