Este trabalho tem como objetivo relatar e discutir as experiências da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) na implementação de políticas linguísticas (PL) localmente construídas voltadas à formação de professores, ao ensino de línguas adicionais e à discussão da PL da Universidade. O estudo foca em cinco iniciativas que compõem o cenário de internacionalização da instituição, incluindo: 1) a Rede ANDIFES Idiomas sem Fronteiras (IsF), que atua tanto na formação de professores de línguas quanto na oferta de cursos de línguas para a comunidade acadêmica; 2) a ação de mobilidade acadêmica à Alemanha como processo formativo de professores do curso de licenciatura em Alemão-Português, proporcionando experiências internacionais in loco; 3) a disciplina "Ensino de Português como Língua Adicional (PLA) na graduação, voltada para a formação de professores na área; 4) o projeto de pesquisa "Letramentos Acadêmicos em Português como Língua Adicional na UFPel: mapeamento de práticas e necessidades" e 5) o projeto de extensão “Direitos linguísticos, Universidade e Políticas Públicas”. Os resultados, a partir da análise das ações em curso e da reflexão sobre como as PL se materializam em práticas concretas no contexto universitário, apontam para a importância de abordagens localmente construídas na promoção da internacionalização, destacando o papel fundamental das línguas nesse processo. A perspectiva transversal das línguas presentes nos repertórios locais e emergência de espaços, nos quais há coexistência ou promoção do usos de mais línguas, torna-se uma ferramenta valiosa na construção de respostas a questões complexas existentes em espaços pós-coloniais e regionalmente tão distintos. Conclui-se que a articulação entre a PL institucional e as línguas adicionais nas mais diferentes ações de ensino, pesquisa e extensão - que viabilizam a formação docente - são essenciais frente aos desafios que emergem na implementação de iniciativas locais plurilíngues de internacionalização no ensino superior.