A sífilis é uma infecção bacteriana que acomete todas as classes sociais, que causa comprometimento sua saúde de homens e mulheres, prejudicando inclusive o exercício da sexualidade. No que tange ao público masculino, sabe-se que fatores sociais e culturais implicam negativamente no seu autocuidado, e na dificuldade em buscar os serviços de saúde. Os profissionais de enfermagem podem desempenhar papel fundamental nas estratégias voltadas à prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis. Objetivo Identificar os fatores culturais e sociais relacionados ao tratamento da sífilis nos homens à luz da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural. Métodos Estudo qualitativo e descritivo, realizado entre 2017 e 2018, no Rio de Janeiro/ Brasil, com 32 homens diagnosticados com sífilis. A narrativa de vida e a análise temática foram utilizadas para a coleta e tratamento dos dados, respectivamente. Resultados A maioria dos homens (71,8%) eram pretos/pardos, homossexuais (50,0%), com histórico de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (78,1%), e foram tratados com penicilina benzatina (90,6%). A dificuldade de acesso e organização inadequada dos serviços de saúde, o desabastecimento de penicilina benzatina e o medo associado à sua administração foram apresentados como principais fatores de impacto negativo para o tratamento. Em contrapartida, a organização dos serviços de saúde faz-se necessária para facilitar o acesso ao tratamento, assim como o acolhimento e vínculo com os profissionais de saúde que acompanham o tratamento, principalmente a equipe de enfermagem, favoreceram a continuidade do mesmo. Considerações finais Tratar a sífilis nos homens requer mais do que a prescrição e administração medicamentosa, necessita de envolvimento e de cuidado integral construído junto aos usuários.