Desafios do conceito de "Mal"

A perversidade do homem conivente: o Mal em Edgar Allan Poe e Stephen King

“…Essa visão se aproxima ao que Araujo e França (2019) entendem como Mal Radical, um Mal essencial e intrinsecamente humano e, nos dois textos, racionalmente previsto e arquitetado, mesmo que os narradores-personagens tenham tentado se desvencilhar do maléfico por meio da culpabilização de uma entidade exterior, algo que, paradoxalmente, é desmontado pelas suas próprias confissões. Observa-se igualmente nas duas histórias que, a partir das reflexões de Yan (2018), o maléfico apresenta-se no campo do comportamento e pode ser associado à falta de empatia pelo outro.…”

“…O Mal constitui um ponto de intensas discussões em inúmeras áreas do saber, com muitos se questionando sobre seu advento, isto é, qual é origem do Mal que assola a humanidade, a ponto de Anderson Yan (2018) considera-lo um conceito elusivo, já que, apesar da sua constante presente no cotidiano e no imaginário das pessoas, há empecilhos para se estabelecer um consenso teórico deste conceito. Desde justificativas divinas, as quais atribuíam o Mal ao castigo de Deus ou à ação de uma figura demoníaca, passando pelo entendimento de que era o próprio ser humano a fonte de boa parte do que é maléfico, a natureza do Mal, assim como as consequências para suas vítimas, continua sendo alvo de interessantes reflexões, continua sendo um desafio.…”