Desafios na formação do Cirurgião-Dentista para o SUS

Abstract

A mudança na estrutura curricular realizada pelas escolas de Odontologia, com a inserção de estágios e clínicas integradas, fez com que o desafio da formação profissional para o Sistema Único de Saúde (SUS) fosse possível. Entretanto, ainda existem cursos e docentes que valorizam a Odontologia tecnicista, distanciando os futuros profissionais do atendimento generalista, que é uma das necessidades do SUS. Estas mudanças curriculares possibilitaram um processo de aprendizagem privilegiado, com a promoção e disseminação de saúde por meio de atividades coletivas, acolhimento ampliado em clínica e participação da sociedade em um trabalho de equipe. Neste contexto, a modificação curricular nos cursos de graduação em Odontologia é de extrema necessidade, porém sabe-se que essa mudança deve ser feita de maneira gradativa e constante, garantindo que as mudanças implementadas sejam eficazes e preparem os acadêmicos à sua vida profissional.

Educação popular em saúde bucal e integração ensino-serviço-comunidade no contexto da Atenção Primária à Saúde: um relato de experiência

“…O ensino da Odontologia segue, ainda hoje, um padrão de formação profissional marcado por uma prática curativa, tecnicista, especializada, biologicista e individualista, com pouco enfoque na prevenção e promoção de saúde 33 . Nesse sentido, uma formação que privilegia a integração ensino-serviço-comunidade e possibilita uma vivência extramuro pelos alunos é fundamental para uma nova geração de profissionais capazes de prevenir, tratar e promover saúde.…”

Conhecimento de graduandos em Odontologia sobre diagnóstico e tratamento da cárie dentária

“…A formação profissional dos odontólogos é caracterizada por privilegiar a especialização em detrimento do perfil generalista preconizado para o atendimento em atenção primária a saúde. Essa postura está atrelada ao modelo de atenção à saúde bucal vigente no Brasil ao longo de muitas décadas, pautado em condutas curativistas, tecnicistas, biologicistas e individualistas, que apesar de criticado por não corresponder às necessidades da população nos aspectos psicossociais e socioeconômicos, ainda é reproduzido em currículos da área da saúde 6 .…”