Apesar do aumento expressivo nos estudos sobre a língua brasileira de sinais, libras, a partir de seu reconhecimento legal pela Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 (SANTOS; OLIVEIRA, 2017), os estudos em seus diferentes níveis de análise ainda são muito incipientes (HACKL, em preparação). Sendo assim, de maneira geral, sabe-se muito pouco sobre a morfologia da libras e, de maneira específica, sobre seus processos de formação de palavras (DEDINO, 2012; RODERO-TAKAHIRA, 2015; XAVIER; NEVES, 2016; RODERO-TAKAHIRA; SCHER, 2020). Este trabalho objetiva primeiramente contribuir com o avanço na compreensão desses processos através da descrição e da análise, à luz da literatura sobre outras línguas de sinais (MEIR, 2012, entre outros), de 96 formações lexicais da libras, coletadas de sinalizações espontâneas e de pesquisas sobre a referida língua. Em segundo lugar, ele pretende, principalmente com base em sinais toponímicos (URBANSKI; FERREIRA; XAVIER, 2020) e termos técnicos (XAVIER; SANTOS, 2016), analisados em outros trabalhos, discutir o papel da iconicidade na criação de sinais dessa língua, pouco ou nada considerado nos estudos morfológicos que, normalmente, privilegiam aspectos exclusivamente formais.